"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
POEMA: UMA MELODIA-A-FUGIR...
POEMA: UMA MELODIA-A-FUGIR...
UMA MELODIA-A-FUGIR…
Falam os ares atormentados, de Saudade,
engolindo ,em seco, lapsos de felicidade.
Alma ferida chora Horas em que o Momento não vem…
E repica o sino do lamento!
Eu era a música delicada com sabor de pele macia,
que se oferecia…
Mas os ares mudavam de direcção
e a minha desilusão crescia
roubando-me a natural harmonia…
(Parecia que uma fanfarra triste e assíntona se calou, dentro de mim!
Não saíam notas melodiosas de dentro da dor, sem fim…
Meu ego adormecido arredou a Alma…tecido de que sou feita…
Refeita…desfeita…numa solidão assim! -calada, dentro de mim…
Montanhas de desalento, atravessadas pelo Vento cortante,
queixam-se dessas rajadas de ar arrogante!
Tal tu, quando deixaste que um amor pujante
se desfizesse em pó de ar distante…
Musgos e líquenes,
fetos, urzes e abetos, esperam ver-me sorrir,
para voltarem a florir, na natural força do Renascer!
O rio, que tão contente, desliza entre colinas,
canta, chorando, a corrente fugidia,
dentro de margens definidas…
Lento cantar …que o leva para o Mar!
E eu, lama incandescente de um vulcão
sobre as colinas da Ilusão,
escorro, perenemente, para o Sonho de um abrigo!
Sonho desfeito nas areias de um deserto espiritual…
Piam mochos, nas nocturnas desgarradas do brilho das estrelas…
ainda apagadas.
Descansa a luz dos raios de luar, habituada a um constante viajar…
Tudo Sinto…Tudo vejo…Tudo vivo…
…mas não ESTOU aqui, COMIGO!
O brilho dos meus olhos mora nas alamedas
que percorro sozinha
sem ter uma mão na minha…
A lembrança do amor…arrebata-me,
tal a torrente impetuosa dos Sonhos em que sumimos!
O semblante de qualquer ser-amado é como o da Terra-mãe…
…lemos nele o que desejamos ler…
E eu li-me em ti…pedaço absurdo da Verdade da Vida!
Presunção de enamorada
namorada da cantiga mais apetecida…
Nunca estarás de Chegada…
Dei-te ordem de Partida!
Mas viajo, encantada, pela rota da Esperança
que é a crença na Vida!
É então que componho a minha Sonata!
Dedilho folhas de verdes ramos…
TOCCATA e FUGA!
Saem acordes divinos dos botões em flor
que germinam com o amor de meus dedos a acariciar
sua pele macia ,em acto de louvor!
Eu, pedaço da Natureza em acordes musicais,
sobrenaturais,
toco a música preferida…esta…a da Vida,
que se vê e que se sente
em quem não engana ou Mente!
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
(Marilisa Ribeiro)
C11L-23MRÇ) - 011
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