terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Poema meu (OBRA REGª)























Poema:

TABERNA DA SOLIDÃO

Noite alta na, aparentemente, desabitada aldeia.
Dormem os que sentiram o corpo vergar-se
aos cansaços do longo dia.
Pelo fumo de algumas chaminés se vê,
que alguns ainda tratam da ceia.

Parca é a iluminação pública…

Mas dá para ver que, no largo, a taberna dos sós
se mantém aberta, a dialogar sem palavras,
com quem , de cabeça baixa, quase adormece ao balcão.
Copo algum tropeça nas cadeiras daquele chão-
-a- transpirar- solidão.

Uma jovem mulher abriga-se na luz daquela porta-
-semi-aberta…
__________Lembra uma estátua fria, angustiada e vazia,
______________a afastar-se das sombras dos olhares, num canto.
_______________Rosto triste, lábios cerrados,
da sua face enrugada
se adivinha uma vida estragada…
_________Os olhos vazios perdem-se pelo acaso
___________ do copo que tem na mão.

Procura luz e abrigo…
… mas encontra uma terra adormecida
ao som do sino da igreja,
que dá horas-nesta-hora-até-ao-infinito-das-horas-infinitas.
+
Fecha-se a porta…abre-se a rua.
Ao acaso, a mulher-estátua continua, quase irreal,
a dar passos pelas vielas sem fala,sem rumo certo
…cada vez mais enrugadas… como ela…

Um poeta-viajante-das estrelas empalidecidas
sabe bem
o que deve escrever, no meio do empalidecer
da Noite que , inexorável, caminha,
também,
para um NOVO-DIA!

Maria Elisa Ribeiro
JAN/017

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