De Camilo Castelo Branco:
O Valor do que Se Ama
O homem que ama apaixonadamente, não cura de saber o valor que os outros dão à mulher que ama. (...) Se o amor, por qualquer condescendência, declina, o amante, cego ontem, abre hoje um olho, e duvida se ela efectivamente é aquilo que lhe parecia ontem. Na dúvida, pergunta aos outros: «Que vos parece aquela mulher?» Se a delicadeza, ou boa fé responde: «é uma excelente mulher», a cristalização continua. Se a má fé, ou a grosseria responde: «não presta», o amador indeciso odeia a indiscreta resposta, e persiste na dúvida, que é sempre de pior partido para a mulher, sujeita à alta e baixa do mercado.
Camilo Castelo Branco, in 'Onde Está a Felicidade? (1856)'
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