segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Poema meu (obra Regª)

POEMA 








PÁLPEBRAS DA NOITE

Estala, rósea, a madrugada próxima.

A noite, lentamente foi passando
a lembrar-me de tudo o que Foi-no-que-Fui.

A rósea madrugada que estala na vidraça
é mais um dia ganho no dia que se vai perder.

Descerradas as pálpebras, o sol põe o mundo a sorrir
nas aves que rodopiam, nos rios que rumorejam
nos mares que revolteiam nas ondas de espuma.

O escuro crepúsculo fecha as portas do sol
e abre os portões largos da noite escancarada ao mundo…
…ao mundo que sorri para dentro ao ver aves a descansar…
árvores caladas a sossegar…águas de arroios prestes a adormecer…

Essa é a hora em que convido a noite para a minha cama…
…cama em que dói a tua ausência nos meus braços…
…braços que me ouvem gritar muda contra um silêncio
ferido, ao qual responde, somente, uma rósea madrugada.

Maria Elisa Ribeiro
OUT/2015

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