domingo, 30 de outubro de 2016

POEMA MEU (OBRA REGª)












SEGREDOS DOS POEMAS

…e o poema aparece…

*É a primeira página, em transmissão directa,
de um Passado Distante.
Sobressai no papel com uma força notável
a contrariar a minha vontade racional de o fazer.*

Folhas milhentas de rascunhos-ouro guardaram de mim tudo aquilo a que costumo chamar poesia, sem saber de onde vem, como começa e como vai acabar, tão de repente que asfixia. Um poema lembra, então, uma carta que ficou perdida, entre os momentos da vida.

*Leio-a. Sinto que aquela inocência, hoje não a teria…
Hoje, verdadeiramente, não a escreveria
Porque nem te falava de Abril nem de espingardas
Floridas, nem de tanques a toque de-rosas-flores-vida.
Apenas vivia, mantendo-me à superfície da vida…*

Boiava e bailava em fantasias ao som da música dos Supertramp, dos Beatles, dos Rolling Stones , do sensual Elvis, das canções fanhosas de Bob Dylan, filósofo falhado, hoje laureado com um Nobel da Literatura, a que a pobre criatura nem dá qualquer valor…

*Que loucura! Tudo guardo nas gavetas do meu quarto,
farto de folhas de poesia que nem querias abrir, porque
parecia mal não ler , dava trabalho ver ou mesmo ouvir ler.*

…e o poema aparece…
Melhor assim…que vale mais que um Poema?
Por isso os quero consignados como
------------------a primeira página de uma perfeita transmissão
em directo do meu Passado distante, nas folhas brancas-de-Agora,
repleto de histórias
em perfeita comunhão com o meu Presente,
sem saberem se o Futuro distante existe ou não…

*Existe, sim! As gavetas cheias são a prova de que os poemas
não têm fim!
Cada um é o Primeiro! Todos juntos são o Primeiro!*

*E eu,
juro! Não sei como cá chegaram sem pressionarem estes
dedos que são o modo de encontrarem de os encarreirar
através dos meus segredos.*

Maria Elisa Ribeiro
OUT/016

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