ZONA EURO
Schäuble: Portugal ia no bom caminho até mudar de Governo
O ministro alemão das Finanças disse esta quarta-feira que "Portugal vinha tendo muito sucesso até [à chegada] de um novo Governo". Schäuble lamenta que o actual Executivo tenha começado a governação anunciando que não cumpriria os objectivos do Executivo de Passos Coelho.
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David Santiago dsantiago@negocios.pt26 de Outubro de 2016 às 17:59
Depois de em Junho Wolfgang Schäuble ter, aparentemente, lançado sobre Portugal o risco de um novo resgate, agora o ministro alemão das Finanças vem considerar que o actual Governo português colocou o país a trilhar um caminho errado. De acordo com a agência Bloomberg, Schäuble afirmou esta quarta-feira, 26 de Outubro, que "Portugal vinha tendo muito sucesso até [à chegada de] um novo Governo".
Num discurso feito durante uma conferência realizada em Bucareste, capital da Roménia, o governante alemão acrescentou ainda que "depois das eleições" do ano passado, tomou posse um Executivo que "declarou que não vamos respeitar aquilo com que o anterior Governo se comprometeu".
"As coisas estão a acontecer da forma para a qual eu alertei o meu colega português [Mário Centeno] porque eu disse-lhe que se seguissem esse caminho iriam correr um grande risco e eu não correria esse risco", disse ainda Schäuble em declarações reproduzidas pela Bloomberg.
O responsável germânico não se ficou por aqui nos recados. Não somente com Lisboa na mira, mas também países entre os quais facilmente se colocaria Itália, Grécia ou até mesmo a França, Wolfgang Schäuble reiterou que os Estados-membros da Zona Euro têm de respeitar as regras que os próprios validaram, referindo-se à contenção orçamental e à redução do défice previstas pelo pacto orçamental.
Esta não é a primeira vez que Schäuble se distancia das ideias do primeiro-ministro, António Costa, e da governação levada a cabo pelo actual Executivo socialista. Se a vitória da coligação PSD-CDS nas legislativas de Outubro do ano passado serviram de mote para Schäuble afirmar que se tratara de um resultado que servia de "encorajamento" ao Governo de Passos Coelho, a perspectiva de concretização da actual solução governativa (conhecida como geringonça) faziam o ministro alemão instar Lisboa a não mudar de rumo.
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