segunda-feira, 1 de agosto de 2016

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Em Alepo dão-se os combates "mais violentos de sempre" contra o cerco do regime


FÉLIX RIBEIRO

01/08/2016 - 13:43


Dezenas de pessoas morreram nas últimas horas em ambos os lados dos combates. Aliança rebelde quer libertar-se do cerco, mas regime está a responder com bombardeamentos e contra-ofensivas.
Artilharia pesada rebelde dispara sobre posições do regime esta segunda-feira OMAR HAJ KADOUR/AFP




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Uma grande aliança de facções rebeldes sírias lançou aquilo que vários observadores estão a designar como a ofensiva militar mais violenta de que há memória em Alepo, tentando romper o cerco do regime sobre a cidade, onde cerca de 300 mil pessoas estão aprisionadas. As tropas leais a Bashar al-Assad respondiam esta segunda-feira às manobras adversárias com vastas operações de ataques aéreos e contra-ofensivas no terreno.

O ataque estava a ser planeado desde que o regime completou o cerco à zona leste da cidade, no início do mês, e engloba líderes militares vindos das províncias vizinhas de Alepo. Ao final do dia de domingo, a primeira jornada da ofensiva, os rebeldes já haviam conquistado algumas zonas urbanas, colocando sob pressão as linhas do cerco. Mas a sua conquista mais visível chegou na manhã desta segunda-feira, com o abate de um helicóptero russo.

Um helicóptero Mi-8 foi abatido por rebeldes nos terrenos baldios do Sul de Alepo, quando, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, regressava de uma missão humanitária. Os seus cinco tripulantes – três militares e dois agentes do órgão de reconciliação de Moscovo na Síria – morreram, como minutos mais tarde viriam a confirmar fotografias publicadas por grupos rebeldes nas redes sociais, com os cadáveres carbonizados da tripulação russa.


6h
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11:51 AM - 1 Aug 2016



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No centro das operações de Alepo, ao segundo dia de operações, não se conhece ao certo o número de vítimas em ambos os lados dos combates, mas o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido embora em contacto com uma grande rede de activistas no terreno, afirma que os confrontos – “os mais violentos de sempre” – fizeram já dezenas de vítimas entre os rebeldes e os aliados do regime.

A cidade acordou sob uma espessa neblina negra criada por dezenas de pneus em chamas, que rebeldes e residentes incendiaram para toldar a visibilidade dos pilotos russos e sírios que bombardeiam diariamente Alepo. Aos disparos de armas ligeiras que não se deixaram de ouvir ao longo da noite somaram-se rapidamente os sons de artilharia pesada e de novos ataques aéreos. Ao final da manhã havia relatos de que milhares de civis haviam saído às ruas.

A situação no terreno é incerta e modifica-se com rapidez. Sabe-se, porém, que os rebeldes conseguiram avançar no final de domingo sobre dois pontos-chave: a escola de Al-Hikmah, que o regime usava como unidade militar; e o complexo de apartamentos conhecido como "Projecto 1070", uma grande rede de edifícios de onde se avista a linha do cerco, que tem uma largura de apenas três quilómetros. Apesar disto, esta segunda-feira o regime parecia estar a responder na mesma moeda, reconquistando algum terreno.


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Current front line in south Aleppo city, based on available information. Rebels 3km from cutting government lines.
1:15 PM - 1 Aug 2016

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Os ataques começaram com duas grandes explosões coordenadas de bombistas suicidas, lançados pela ex-Frente al-Nusra, agora Frente Fateh al-Sham, que no final da última semana anunciou um corte de relações com o seu patrocinador jihadista estrangeiro, a Al-Qaeda, embora as ligações organizacionais se mantenham fortes. É a Fateh al-Sham e a sua aliada extremista Ahrar al-Sham que comandam os grupos menores de rebeldes.

Espera-se que as operações demorem dias, ou mesmo semanas, até estarem concluídas. O desfecho é para já incerto e, como escreve Charles Lister, observador dos grupos rebeldes em Alepo, pode depender, por um lado, da qualidade e intensidade do apoio aéreo dado por Moscovo ao regime, e, por outro, do apoio de outros grupos rebeldes na região à ofensiva para romper o cerco.

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