sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sobre um conselho de Ramalho Eanes, um poema de Manuel António Pina.















Antes das próximas eleições "exijamos que os
políticos digam como vão pagar as promessas que fazem..." li algures estas palavras ditas por Ramalho Eanes.

Ora bem... como o posso fazer Senhor General Ramalho Eanes?


Já que as campanhas eleitorais são assentes em subterfúgios, já que a maioria dos políticos portugueses mentem e enganam descaradamente, já que num passado recente os portugueses foram " bode expiatório" de estratégias ardilosas, de insultuosas difamações e tudo aquilo que serviu para esses mesmos políticos retirarem a dignidade àqueles que Constitucionalmente deveriam proteger, como podemos exigir o cumprimento de promessas feitas publicamente?

Pois é... isso é que não explicou. Porque ser eleito já não é um Compromisso com os votantes, não é?

Para alguns, ser eleito é continuar com as mentiras e enganos.
É continuar a tratar o Povo Português como "pacóvios" que facilmente se deixam enganar.

Eu só Exijo RESPEITO e que NÃO PROMETAM o que NÂO PODEM CUMPRIR!
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"Coisas que não há que há"

Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há.
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
sítios que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia…

in, "O pássaro da cabeça” de Manuel António Pina

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