terça-feira, 30 de abril de 2013

POEMA: AROMAS














AROMAS


AROMAS

Dorme o Mar, ao longe.
Estendeu línguas de azul quente, por pontais de areia lúbrica…
…silente…ansiosa por sensações ardentes…
Uma luz de azulado anil toca meu corpo, febril,
espraiado entre místicas palmeiras,
na sombra ramosa de cocos das descobertas.
Afundo-me, completamente, no desvario das alegorias
do pecado,
ao sentir a espuma maliciosa aflorar-me a pele sedenta, de tão macia…
E sinto o odor das flores abertas
do meu jardim, escondido…minha Pedra de Roseta
nunca decifrada…segredo de sereia mutilada
no NADA que finge TUDO…

Trespassada pelo canto estranho
das aragens marinhas que falam,
mergulho no centro das águas do mar, ali…
naquele ponto, onde as vejo a respirar…

Cheirou-me a ti! Chegaste, disfarçado
nos ares da maresia, em pontos de sensual euforia!
E cheira a tudo…a violetas bravias, a camélias fugidias
da madeira oriental!
PARA MEU BEM…ÉS MEU MAL!
Tudo em redor murmura e suspira!
E a harmonia da humanidade está nesta doce verdade,
do ouvir-não ouvindo…do sentir-fazendo de conta…
…do reagir à vontade do QUERER-SER!

Estou em peregrinação numa romaria de paixão!



Sinto que esperas as poeiras de oiro das estrelas fumegantes,
junto do meu rio de margens húmidas,
para onde me empurra Florbela…alma do Alentejo errante
que, no vento me mostra o amor , em hino de dor…



“SE TU VIESSES VER-ME HOJE À TARDINHA…
…E ME PRENDESSES TODA NOS TEUS BRAÇOS…”

O Sol, superior, bate na água da terra
numa orgia de calor…








Maria Elisa R. Ribeiro

Marilisa
R/CL 11/36 (mqc)-ABR/011
 

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