segunda-feira, 19 de novembro de 2012

 
 
 
 
ESCREVO TEU CORPO


Ouço ainda o aroma das rubras pétalas

da noite,

que repousou a teu lado.

São memórias que estão guardadas

no imaculado silêncio do púrpuro cortinado,

enrubescido,

onde permanece o vulto de sermos-um-no-outro.

Adormeço embalada nelas,nessas rosas da lembrança

cujo odor está na vidraça...

Reescrevo o prazer desse tempo,

no leito dos dias,

quando oiço o lamento das cotovias.

Pelos dedos perpassa a ilusão da tua face,

que afaguei,

em secretos atalhos que escondi...

Acordo sempre-em-ti,

nos lábios de um sol que sorri,

quando entra pelo cortinado , afogueado...

Depois

...escrevo teu corpo...

...descrevo teu toque

e é com o brilho de teus olhos

que tapo a minha nudez...

Na vertente da verde colina-paisagem bucólica!-

um pastor sobe o atalho

com a precisão da normal peregrinação

para o pasto do rebanho...

Tudo é lindo e tudo é vida de brancos, lilases e azuis!

Tudo é sol a sorrir aos charcos e aos ribeiros!

E dentro de mim há um desejo premente de voar

para o infinito-morrer-de-viver-em-ti!



Sinto teus braços-segredo...

...um sopro na minha face...

...um olhar que embriaga, na inquietude da calma..

E minhas pétalas rubras, brancas e de qualquer outra cor,

perdem-se na alma do teu corpo, amor!

E se o vento fustigar, eu nem sequer vou ouvir!

Não quero que o teu respirar se confunda com outro sentir...

C15P-34-NOV/012

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