sexta-feira, 29 de abril de 2011

POEMA: SILABÁRIO




Medito a dois passos da indefinição…

Afundo-me no ar volátil que se dilui nas vagas que respiro,
nas nuvens que se movem empurradas por ímpetos,
nas folhas das árvores tocadas por movimentos místicos…

Brincam comigo, às escondidas, sons de flauta e violino
que, difundidos no FADO,
ajudam a minha construção do cosmos.
São acordes divinais…perdidos no meu deserto…
e vogam ao sabor do céu aberto.

Tomo conta de mim
no orgulho vibrante, poderoso,
da consciência da pedra bruta que luta,
que se aproxima e se afasta, do Monossílabo que SOU…

(Escrevo-me cartas de amor…conto-me os meus defeitos e aceito-os…
Amo-te mais no DEPOIS…comigo própria…
É quase um diário que escrevo, onde me lamento num refúgio…
Sou um paradoxo…oponho-me ao meu oposto!
Sou música –física, num recomeço constante do bamboleio hesitante
da alma!
Vejo que, nos teus olhos, reside o segredo do meu olhar, que escondeste
Na fortaleza do teu brilhar…

Desagrego-me e grito…)

Onde será o espaço do coração?
Dói-me a noite…
Dói-me o dia…
No meio deste vazio…confio!
Se ao menos o sol abrisse a porta fechada do meu estar
num solo definido…
Mergulharia no teu mar_________
Sorveria as sensações __________
E sempre que a vida te escolhesse, como ao virar uma folha,
seria eu o teu palco de emoções!

Rasgarei a mordaça da rotina da inquietação
E saltarei aquele velho muro da indecisão
Que me impede de mostrar êxtases…
…na melancolia do medo de não poder chegar
ao mapa do teu coração…

(AMO…
Se vivo…?

OH, pássaro louco, em desvairada correria!
A Noite, azulada e eterna, é a da minha fantasia…)

R/CL/11/ 30-MRÇ-( mqc)011

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