terça-feira, 22 de novembro de 2016

















Poema

NEBLINAS PEGAJOSAS DAS MANHÃS

Dormem, em nós,
mágoas, que não recordas…
…dormem…
Adormeceste cedo, quando as estrelas
mostravam apenas a claridade do alvorecer.
… adormeceste…


E o tempo foi passando…
_______o meu Passado é um Outrora, onde um relógio antigo
_________ não fala e vive num silêncio ensurdecedor,
___________que não pode dar vida ao solene corredor dos antepassados…
_____________…espectros espalhados sem tocarem nem cheirarem as flores…

Minhas mágoas caminharam do quarto atapetado
para o resto da casa em ruínas, onde vivem memórias
das tuas horas e das minhas.

(Passo lá, de vez em quando…)

________Sinto, que um estranho rumor me saúda,
____________através das velhas paredes
______________agarradas às flores e às macieiras,
_________________que acobertavam nossas mãos enamoradas,
______________________pertinho das laranjeiras.

Resta uma arca… nela guardo aquela toalha branca,
onde deixaste cair uma gota de vinho.
Parto dessa lembrança para a escrita de um poema,
herança das mágoas que saíram do meu quarto atapetado,
para outros percursos da Vida.

O imparável fluir das coisas…o inumerável movimento humano…
…o insubstituível correr do pensamento…
Capto-os do silêncio com que me coloco nas neblinas pegajosas
das manhãs em que a bruma se desfaz diante dos teus olhos…
…Longe…expostos a diferentes raios de sol…

Maria Elisa Ribeiro
NOV/2015

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