domingo, 20 de novembro de 2016

Marítimo 0-Benfica 6!


CRÓNICA DE JOGO
Um tenro Marítimo para moralizar o Benfica antes de Istambul


PAULO CURADO

19/11/2016 - 22:06

(actualizado às 23:22)


Com uma goleada das antigas, os "encarnados" ultrapassaram a quarta-eliminatória da Taça de Portugal, fazendo cair com estrondo o adversário madeirense.
O Benfica festejou cinco vezes na Luz AFP/CARLOS COSTA




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A Taça de Portugal é o único troféu nacional que falta a Rui Vitória ao serviço do Benfica e o treinador não quer terminar a temporada sem o arrumar no Estádio da Luz. Sem poupanças, apesar do importante compromisso para a Liga dos Campeões, na próxima quarta-feira, e de forma fulminante, os “encarnados” saborearam um cândido Marítimo, que saiu de Lisboa com uma violenta goleada, por 6-0, com os golos divididos entre as duas metades do encontro. Os “encarnados” continuam invencíveis em Portugal.

A história entre benfiquistas e maritimistas é uma espécie de relação de estreita amizade iniciada há mais de um século. Foi Cosme Damião, fundador do clube da águia, que promoveu a primeira digressão dos madeirenses ao continente, em 1912, dois anos depois da fundação do emblema do Funchal. Foi a primeira equipa insular a fazê-lo. E a convite dos verde-rubros, o conjunto lisboeta seria também a primeira formação do continente a visitar a ilha, onde se tornaria no primeiro sócio honorário dos maritimistas.

Nos 104 anos seguintes, os madeirenses foram quase sempre uns visitantes simpáticos nas deslocações ao recinto benfiquista. Em 45 visitas à capital para defrontar o Benfica, os insulares só fizeram uma desfeita, há 29 anos, quando alcançaram o único triunfo do seu historial no Estádio da Luz. É verdade que neste século o Marítimo já conseguira eliminar da Taça de Portugal, por duas ocasiões, o poderoso emblema da capital (2001-02 e 2011-12), mas desta vez foram aquilo que se pode denominar um adversário “tenrinho” e regressam à Madeira com uma goleada e eliminados da prova.


POSITIVO/NEGATIVO

Cervi

Abriu o marcador, esteve no lance do quarto golo em mais uma boa exibição do argentino, que tem vindo a fazer esquecer o seu compatriota Nico Gaitán.
Mitroglou

Bisou na partida e é o melhor marcador dos “encarnados”, com seis golos.
Pizzi e Gonçalo Guedes

Um golo para cada um e duas exibições de encher o olho.

Daniel Ramos

Depois de ter recuperado o Marítimo em termos competitivos, foi completamente atropelado no Estádio da Luz. Fosse qual fosse a ideia de jogo que trazia para Lisboa, ela abortou logo aos dois minutos.
Patrick Vieira

A sua exibição foi um pouco o retrato da sua equipa. Este lateral direito, adaptado ao lado canhoto, perdeu a bola que deu origem ao primeiro golo e não recuperou mais em termos psicológicos. Não melhorou quando trocou de flanco.

A bem dizer, a boa carreira que o treinador Daniel Ramos vinha a protagonizar no Marítimo, desde que rendeu Paulo César Gusmão, a 22 de Setembro, começou a ser ensombrada aos dois minutos. Duas perdas de bola seguidas dos visitantes e muita, muita cerimónia a defender, permitiram a Salvio recuperar uma bola perto da linha final e cruzar para um remate certeiro do seu compatriota Cervi. Estava dado o mote para o que seria o resto do encontro.

Depois de ter assistido ao afastamento do FC Porto da Taça, na véspera, perante o Desportivo de Chaves, Rui Vitória decidiu não facilitar e impedir qualquer surpresa numa prova propícia a elas. Sem pensar na importante deslocação a Istambul, para enfrentar o Besiktas, para a fase de grupos da Liga dos Campeões, o treinador “encarnado” só promoveu uma alteração em relação à equipa que defrontou os “dragões” para o campeonato: Júlio César rendeu Ederson na baliza.

Os jogadores compreenderam a mensagem e trataram de procurar resolver a eliminatória sem demoras. Aberto o marcador, o Benfica não repousou e, até pela apatia e total falta de agressividade do adversário, jogou perfeitamente à vontade, em progressão, com constantes trocas de bola e mudanças posicionais. O segundo golo só surpreendeu pela demora, mas chegou aos 38’, num excelente lance em que Pizzi, assistido por Mitroglou, se encarregou de finalizar.

Cinco minutos depois surgiu o terceiro, num lance paradigmático da partida da Luz. Nélson Semedo isolou-se para apanhar um passe de Samaris, com um toque de calcanhar, em velocidade, evitou que a bola saísse pela linha de fundo. Teve depois tempo para voltar atrás e recuperar a bola, tudo sem que a defesa maritimista se conseguisse recompor. O primeiro cruzamento foi interceptado, mas à segunda tentativa colocou ao segundo poste para Mitroglou, de cabeça, encostar para as redes. Ao intervalo, se dúvidas houvesse, estava perfeitamente decidida a eliminatória.

O segundo tempo foi para cumprir formalidades , mas a equipa da casa não deu a tarefa por terminada. Sem grandes surpresas, deram outra cor à goleada: Mitroglou bisou, aos 53’; de penalti, Jiménez aumentou a vantagem, aos 69’, e Gonçalo Guedes encerrou a contagem, aos 88’. O optimismo vai marcar agora a viagem para Istambul, onde os lisboetas podem selar a passagem aos oitavos-de-final da Champions.

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