quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Poema meu (Obrra REGª)



















Poema :

TERRA ARTERIAL

Passam os anos____a pouco e pouco
as raízes agarram-se à terra____sempre mais
fundas____até tocarem o mais profundo____
veio de lágrimas do solo

Longínquo e nocturno, o Tempo passa
e devassa o interior.
O Exterior resiste melhor à luz das estrelas
que se alongam pelos penhascos
___________onde os lobos uivam.

Não há mistérios no ventre do vento.
_____mistério é o que ele sente
sempre que uma abelha-favo-de-mel
o desperta ,
calmamente,
naquela Hora de Descoberta_____

Passam os anos_____
Vejo-os nas veias do sangue, que me corre
nas artérias-terra-de-MIM_______
Sinto-me TERRA ARTERIAL
_______e acalento palavras do mundo primevo
de lúcida inocência lexical_______

Mas, POESIA não é lamento! É olhar! É Placenta de vidas
inocentes, recém-chegadas aos dedos de um Poeta
a fixarem residência num solo-poema______
É Natureza no seu fulgor inicial, sem deuses,
sem tacto nítido da origem matricial
de TUDO-para-ALÉM- de –TUDO

Passam os anos….pois passam!
Situada no Eterno-do-Tempo, ao LONGE,
________uma guitarra desfalecida tange as cordas da verdade
envelhecida, sem Hora para chorar despedidas.

Maria Elisa Ribeiro
JULHO/015

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