EU E TU, NO VENTO QUE RESTOLHA…
Restolha o vento nas flores adormecidas nas dunas
e
acende-se a luz dos teus olhos,
ao cair a noite,
para iluminar a porta do meu horizonte.
E amo-te…
…sob as árvores escuras...ou perto do moinho da velha fonte…
… nas listas que o sol traça, quando passa de monte a monte…
…ou ainda ao lado das conchas feridas, partidas pelo bico das gaivotas
que nadam em ondas-searas de espuma afoita,
que se desfaz na brancura das salinas…
E amo-te…
no restolhar do vento a passar pela melodia do tempo.
Tento trazer-te até mim quando respiro a noite-contigo,
ao chegar de uma distância infinita e impossível,
quase sombra-ausência,
quase verdade do inatingível…
Evadiram-se as sombras da tristeza do mundo
quando decidi
que o vôo dos meus olhos te traga até mim,
através do restolho da memória,
activa-imensidão-de-Uma-história.
onde tua boca não prendeu
a flor dos lábios com que digo AMO-TE…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
AG/014
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