quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

POEMA: ORAÇÃO (II)






ORAÇÃO (II)


É genético,
 este meu conhecer o rebentar fulgurante
das ondas do velho mar.
---------------------------------------------------Herança de antepassados,
 --------------------------------------------------no lacrimejar da vida…
---------------------------------------------------corre  ainda , em meu sangue, o eco da  sua voz.
                                 
                                        Voz rouca de mar manhoso…
                                        …sacrário de maresias com soluços de ondulantes-
                                       - águas do profundo das canelas ,no porão das caravelas…


Apelo misterioso em alterosas ondas…
sinto-o no promontório, onde os avós de outras eras
se ergueram,  na  ponta de ilusórias quimeras.

Essa chamada insistente corre nas veias, perenemente premente!

…e uma oração assoma, indo do espírito à mente…

                                                 * AVÉ – MARIA, da GENTE!*

(Suspeito que os ossos seus, em profundas águas perdidos,
                                          pedem para ser lembrados.)

O mar,
        --------------------- -- refúgio das inconstâncias da pátria
------------------------------forçou a procura de um novo mundo-
------------------------------abcesso-do-próprio Mundo!

No  seu seio de profundas memórias ,ouve-se um orar contínuo
de ondas a gemer fracassos
de tantas, tantas vitórias.

-------------------------“Avé –Maria, cheia de graça…”----------------------------------

Um frémito de amor perpassa pelo meu Sentir-a-rezar)

------------------------“ Bendito o fruto do vosso ventre…”----------------------------

(Minh’alma, ferida dos velhos tempos, atira aos céus um lamento.)

-----------------------“Rogai por nós, pecadores…”---------------------------------------

( Do fundo dos mares levantam-se ondas num eterno soluço.
Muitos, eram pescadores…
Outros, convictos navegadores a procurar a Verdade
na essência de novos odores…)

Todos enfrentaram “mostrengos” e viveram delícias em incertas Ilhas dos Amores.

 ------------------------------“Agora e na hora da nossa morte…”
--------------------------------(Quantos horrores! Triste sorte…)---------------------------------------




Maria Elisa R. Ribeiro
(Marilisa Ribeiro)
FEV/013-MST



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