ORAÇÃO (II)
É genético,
este meu conhecer o
rebentar fulgurante
das ondas do velho mar.
---------------------------------------------------Herança
de antepassados,
--------------------------------------------------no
lacrimejar da vida…
---------------------------------------------------corre ainda , em meu sangue, o eco da sua voz.
Voz
rouca de mar manhoso…
…sacrário
de maresias com soluços de ondulantes-
- águas
do profundo das canelas ,no porão das caravelas…
Apelo misterioso em alterosas ondas…
sinto-o no promontório, onde os avós de outras eras
se ergueram, na ponta de ilusórias quimeras.
Essa chamada insistente corre nas veias, perenemente
premente!
…e uma oração assoma, indo do espírito à mente…
* AVÉ – MARIA, da GENTE!*
(Suspeito que os ossos seus, em profundas águas perdidos,
pedem
para ser lembrados.)
O mar,
--------------------- -- refúgio das inconstâncias da pátria
------------------------------forçou a procura de um novo
mundo-
------------------------------abcesso-do-próprio Mundo!
No seu seio de
profundas memórias ,ouve-se um orar contínuo
de ondas a gemer fracassos
de tantas, tantas vitórias.
-------------------------“Avé –Maria, cheia de
graça…”----------------------------------
Um frémito de amor perpassa pelo meu Sentir-a-rezar)
------------------------“ Bendito o fruto do vosso
ventre…”----------------------------
(Minh’alma, ferida dos velhos tempos, atira aos céus um
lamento.)
-----------------------“Rogai por nós, pecadores…”---------------------------------------
( Do fundo dos mares levantam-se ondas num eterno soluço.
Muitos, eram pescadores…
Outros, convictos navegadores a procurar a Verdade
na essência de novos odores…)
Todos enfrentaram “mostrengos” e viveram delícias em
incertas Ilhas dos Amores.
------------------------------“Agora
e na hora da nossa morte…”
--------------------------------(Quantos horrores! Triste
sorte…)---------------------------------------
Maria Elisa R. Ribeiro
(Marilisa Ribeiro)
FEV/013-MST
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