ANÁLISE POLÍTICO-SOCIAL
ALGUNS FACTOS DA VIDA NACIONAL, COMO OS VEJO…
DISSE MAX WEBER: “Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive dela ou para ela. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito pelo contrário: em geral, fazem-se as duas coisas ao mesmo tempo, tanto em ideias como na prática.”
Cada vez mais me convenço que a política é o assunto mais sujo das sociedades organizadas, uma vez que qualquer política de qualquer governo é a de se cercar de garantias para se manter no poder; e o poder é uma droga de tal ordem que, quem a experimenta, não mais a quer largar. Talvez por isso, Charlie Chaplin dizia que sabia ser apenas uma única coisa na vida…palhaço de profissão! Segundo o seu pensamento, era isso que o colocava a um nível muito superior aos políticos… Bem sei que este é um tema “estafado”…mas continua tão presente no mundo, que não podemos deixar de falar nele.
Pressuposto é, que a política exige ética pessoal e um “background ” de princípios que ajudem a suster os ímpetos abusivos, num campo em que tudo se controla, mas nada é controlável…
Para além do dever de não roubar e não matar, deve o político mostrar ao povo que o elegeu a sua capacidade de defender o bem comum e o bem-estar de toda a sua sociedade, sem se preocupar com o simples-tão complexo!-exercício do poder. Deve, por conseguinte, estar plenamente consciente do seu papel positivo numa sociedade que não deve nunca subverter os seus valores e, muito menos, aqueles com que se apresentou, de viva boca, ao eleitorado.
Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975),a política "trata da convivência entre diferentes", pois "baseia-se na pluralidade dos homens". Assim, se a pluralidade implica a coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses, quase sempre conflituantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o convívio dos homens na pólis de todas as outras formas de convívio humano, bem conhecidas pelos gregos".
De acordo com MARX, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade.
Ora aí está onde pretendo chegar.
1-Está envolta na maior celeuma a vontade do governo português de se desfazer, pura e simplesmente, da RTP (Rádio Televisão Portuguesa). Vamos ver no que isto vai dar, se tivermos em linha de conta que ficaremos sem serviço público de Televisão, aberração digna de um país em dificuldades, que, aos poucos, se vai querendo ver livre dos investimentos do estado, para “poupar” de acordo com as exigências de uns tipos a que deram o nome de “TROIKA”.Cabe-me , a este ponto, questionar-me sobre esta questão, pois não sei se ,obrigatoriamente, existe UMA televisão nacional, assim consagrada, nas devidas Constituições. A verdade é que todos os leitores da minha faixa etária assistiram ao “feito sem par”, que foi “o dia do nascimento do nosso serviço televisivo”. Ao longo das décadas a RTP foi crescendo e hoje, oferece-nos diversos serviços em diversos canais, que por si só valem uma ligação entre o mundo nacional e o mundo espiritual dos portugueses que a vêem, por todo o mundo. Hoje falamos de canais como a RTP1, a RTP2, a RTP África, a RTP Memórias, a RTP Notícias, etc. Terá um qualquer governo, seja de que “cor” for, o direito de “roubar” aos nossos emigrantes a sua ligação com o país? Sabido como é, que os mesmos continuam a sustentar com as suas remessas a economia do país, reforçadas com as dos novos emigrantes que, entretanto, têm fugido de Portugal devido à crise e aos conselhos dos mais novos políticos que conhecemos, terão os mesmos o direito de mandar para a Televisão “consultores que advogam, com a “pedra escondida na mão de relvas”, que a Televisão tida como pública, deve passar para as mãos de amigos especiais, em regime de concessão? E nós todos continuarmos a pagar impostos, para os ajudar a encher depressa os bolsos, pois “a teta “pode secar, de um momento para o outro?
Sua Exa , o senhor Presidente da República, achou por bem pronunciar-se, hoje, sobre as cautelas que o governo deve ter, neste assunto, esclarecer bem o que quer, perante os portugueses. Mas passo coelho já demonstrou que sozinho não é capaz de decidir nada…Será o senhor “doutor” relvas a levar a sua avante, como mandante paranoico e convencido?
2-Um destes dias foi apanhado um pobre tipo a “roubar” , creio que uma maçã… A acção está em tribunal e o estado já gastou mais de um milhar de Euros, por uma coisa que nem um Euro valia…E os milhões roubados aos contribuintes para pagar os não sei quantos, já, milhares de milhões que “voaram” do BPN… do BCP…e doutros que nem nos passam pela cabeça? E os milhares de milhões das PPP (parcerias público/ privadas? Mas então, que raio de justiça é esta que só pune uns, uns pobres! em detrimento de Outros, os ricos? É a justiça portuguesa, é claro! E está tudo dito, para já, a esse respeito.
3-Continua a saga dos professores de Portugal perante as atitudes de tirania dum medíocre ministro que não tem a mínima noção do que é uma escola!
Título de 1ª página do “Público” de hoje, 1 de Setembro de 2012:”Dos 51.200 professores sem vínculo ao estado que entraram no concurso para contratação inicial e para renovação de contrato ficaram colocados apenas 7.600, ou seja, 14.8%.” ASSIM VAI PORTUGAL DO PSD/CDS DO TEMPO DAS “TROIKAS”…
4-O governo quer “cortar” ainda mais na Saúde, na Defesa e na Segurança, na Educação e Segurança Social, admitindo fechar esquadras de polícia num país onde a segurança deixou de existir e os gangues actuam em cada vez maior impunidade. Estas medidas foram faladas no jornal “SOL” de ontem, que assegura que estas medidas constam de um documento a apresentar à “TROIKA”, intitulado “Agenda de Transformação Estrutural” para 2013/2014!
Se pensarmos que já não temos serviço de saúde, pois os portugueses não ganham para estarem doentes, se pensarmos que há uma população envelhecida espalhada pelas mais longínquas aldeias do interior que não têm carro ou transportes para o caso de uma dor, altas horas da noite…veremos quanto o governo vai ganhar, quando os mais idosos e os doentes deixarem de receber reforma, porque morrem mais depressa…
Alguém pensa, ainda, que é demais lembrar como deve ser um político?
Mealhada, 1 de Setembro de 2012
Maria Elisa Ribeiro
lisitarodrigues@gmail.com
http://lusibero.blogspot.com
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