quarta-feira, 28 de março de 2012

POEMA: TEIAS-de-VIDA...


TEIAS-DE-VIDA


Há rubras rosas, a chorar, num canto do meu jardim
onde não posso chegar…
Pingos de orvalho do alvorecer escorregam, sensuais,
pelas pétalas macias, ao abrir o novo dia.
São diamantes vivos, essas gotas de água, em ti,
a brilharem no novo dia –que-vai-ser…

Em mim, num espaço entre a sombra do anoitecer e a realidade do amanhecer
há um corpo que estremece, em flores-a-oferecer.
Tuas mãos percorreram minhas veias…teias de arabescos rubro-azulados
escondidos pelo alvorecer.
Mas, quando te abraço, desfaz-se um feitiço…
…o sol sorri e passeia, displicente, por praias de um outro oriente
embriagado nas ondas do meu peito, teu mirante e teu poente!

Num canto do meu jardim, as rubras rosas tardaram a desabrochar…
…estávamos nós -a-viver-o- nascer-de-um-novo-sol- a-despontar…

Sonhei lagos de amor e afectos na vida da coerência…
esse conceito abstracto da existência.
Em teus braços abertos estive em orientes bem despertos
numa catedral de sons e aromas...
…e , quando o vento uivava, trazia consigo, alvoroçado,
a música de Mozart (num violino no telhado), vibrando na brisa-que-FUI.

E amo o Amor!
E quero ser Poeta para o confessar!

Não tenho pena do vento que chora nas agonias das neves
brancas e frias!
Só lamento o brilho do sol radioso que te diz, amor, com voz apressada
a aurora-a-amanhecer,quando eu espero para te ter…
De mansinho, roço meus medos pelo ar da tua pele…
E despontam margaridas, lírios vivos, jasmins de encantar…
sem saberem que as estrelas miudinhas
começaram a brilhar!

O piano exala uma queixa de BACH…triste e divina, envergonhada…
…lá em baixo, perto da lareira da sala.
Cerro-lhe as pálpebras e deixo que as paredes cantem hinos ao amor,
entranhados no seu suor!

De repente, reparo que a LUA está maior , no Quarto-Crescente do seu fulgor.
( Empertigou-se contigo, que tomaste o seu abrigo…)
A noite tornou-se triste, mesmo ao som da música de LISZT…
O luar entrou…vadio…andou por aí, iluminando o espaço onde tu Existes…

A noite tornou-se uma quimera das esperanças da minha alma
desfeita em nuvem de ouro
que desaparece na alba,
levada por essa Lua que flutua
ao som das minhas Sensações!



C 13N-ERT-FEV/ 012-60

Marilisa Ribeiro

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