"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
domingo, 26 de fevereiro de 2012
POEMA: PÁSSARO DE FOGO
PÁSSARO DE FOGO…
Nas árvores, logo que chega o calor,
formam-se verdadeiros estendais de cheiro e cor,
com flores
ansiosas por se entregarem aos insectos,
e neles viverem novos amores.
A neve derreteu… e escorrem lágrimas, pelas encostas das colinas,
a reforçar a vida.
Nos campos silvestres, sibilam de calor as flores agrestes
que rejubilam do fogo-rei que as abraça…
Urzes, giestas e amoreiras bravas abrem os braços às abelhas
esvoaçantes, que dançam a alegria dos sucos-néctares-cantantes…
O Mundo é um jardim-ave-do-paraíso!
Um ÉDEN celestial protege-se das ventanias furiosas
que ameaçam, invernosas, o Cosmos -ponto-de-nós-primordial!
Com a tua na minha mão, percorremos a colina…
Nesse passeio-peregrino-em-rota-de-amor,
tufos de ramos de flores garridas vão enfeitando vidas
em toalhas de linho verde-solo/erva, banhadas pela luz
suave que desponta da relva. Dos nossos olhos brota o calor do sol…
Na planície órfã de nós, crepitam jogos de luzes entre as colmeias e as figueiras.
O mel surge!
O vento, desabitado de navios a florescer
das eras de um OUTRO acontecer,
expele rajadas sobre os cabelos da Terra e abre meus lábios
aos soluços do teu olhar, que urge…refulge…
Renasci, dentro de mim, por força do paraíso ali,
e contigo descobri a tecelagem dos momentos da vida.
Pássaros de fogo visitaram as tessituras do meu renascer
abrindo-fendas-de –passagens-de-encantar…
.usas o meu plâncton-vida para o teu reviver.
.e lava de um vulcão, a arder, resvala pelas colinas
de um outro –mar.
.é veemente o grito que chama teu nome.
.como águias vorazes voamos em espasmos.
.mergulhamos nas ameias de um castelo, tomado por armas-carícia.
.o telúrico solo acalmou no seio das ervas-florestais-
-dos graníticos-terrenos-tornados-leito-macio.
.a água do ribeiro da vida balbucia dores dos seixos lisos
no tálamo de amor ,húmido rio.
Aguaceiros famintos anunciam a hora do escorrer-orvalho!
Pássaros de fogo, pintores de telas a arder que
pincelam de orgástica coloração- paisagens –da- hora-floração!
Rochedo de proporções safíricas-em-solidões –oníricas-
-vivas -na -só-imaginação…
Beijo o teu contorno de mítico pássaro de fogo, fumegante de roxos-
-violeta e vermelhos escarlate…
Exausto tu…exausta eu…do NADA que Aconteceu…
dormimos , então, numa almofada de céu.
R-C13N-32- (ERT) -2011
Marilisa Ribeiro
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