terça-feira, 31 de janeiro de 2012

POEMA: DELÍRIO


DELÍRIO

um suspiro do teu olhar
é o delírio do som do coração, a ferver…

frenético na calma do chão- terra,
o fascínio de ti devia viver em mim
o momento-de-uma –guerra-redenção…

o delírio não tem crepúsculo…
esconde-se pela noite dentro
a aspirar o suculento odor dos arrepios de amor…

existi-(me) no teu jardim fascinante
e já nem sei se foi passado ou é presente!

(mas onde raio fui buscar esta coisa de me pôr a delirar,
sem saber se o podia fazer?)

Sei a música do meu corpo!
Sei a orquestra do tempo-morto…
…aquele em que os ares respiram
sem me deixar suspirar…
E ,sem velas o barco não navega…
…a maresia não cheira, sem mar…
…o sol não brilha sem a terra o amar…
E eu não tenho corpo sem a música dos teus dedos
a dedilhar acordes ,mergulhados nos meus segredos!

Nos lábios, vivem-(me) caravelas delirantes
nos cheiros das canelas do ANTES-OUTRORA,
quando a saudade chorava a HORA…

Nos braços afago a força da lua escondida
do quando me vens abraçar…
E no corpo permanece o desejo que tenho de te desejar…
O tempo devora aspirações,
levando-pelo-ar-comunhões-de-ardor-no-ato-de-amar !

Conchas abertas despertam nas rochas musgosas
Onde gaivotas famintas as profanam, furiosas.

Mantenho-me CIRCE ansiosa
no meu palácio-de-planos…harmoniosa .
E tenho uma flor que não conheces,
na chave do meu segredo …
Para ta dar, afastarei os murmúrios do mar rezingão,
da calçada de areias dispersas, no chão,
esperando ver tua alma chegar!

( A voz da montanha permanece um eco de façanhas
de ardilosas manhas-de-sonho-engalanado-nos-anos!)

Delírio onírico!
Válvula que filtra o ar que me entra no coração…
teus braços-noutro-verão-de-uma-língua-antiga-
-que-segue-noutra-direção…


R-C13N-11-(ERT)-NOV/011

Marilisa Ribeiro

1 comentário: