"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Sobre ARUNDHATI ROY..."o Deus das Pequenas Coisas"
ARUNDHATI ROY(1961-),nascida na ÍNDIA, escreveu "o Deus das Pequenas Coisas", BOOKER PRIZE em 1997. O impacto desta obra foi de tal ordem que, para além do BOOKER PRIZE recebeu ,também, o Prémio SIDNEY para a paz, em 2004; a obra foi de tal modo notável, na temática, que a crítica internacionalchegou a compará-la a SALMON RUSHDIE E A GABRIEL GARCIA MARQUEZ. A obra é um desafio a quem gosta de ler, pois o narratário, todos nós, leitores, devemos entender a Mensagem de verdades universais que a autora espalha,pelas suas palavras, cheias de força, sabedoria e beleza, ímpares.Não é uma obra fácil ou simpática , à primeira leitura...Por isso, quem não gosta de ler, não consegue "ver" nas entrelinhas as verdades que a autora proclama, sem alardes, com uma consciência da universalidade do Homem ,no Cosmos.
Através dos olhos de várias gerações de mulheres,descreve-se um mundo onde tudo é dependente de tudo...onde o ser humano desempenha papéis importantes na preservação das verdades do amor, da política, da ecologia , da busca do conhecimento, numa estrada que o pode levar a tentar o aperfeiçoamento, que está vedado ao Homem.
A luta pela sobrevivência, a denúncia de males e injustiças sociais ,num mundo desigual...o sofrimento do pobre "deus das pequenas coisas"... Leio ,releio, leio, releio...É a fraternidade universal na divisão dos recursos, uma das mensagens subliminares da obra ,onde se "vê , igualmente, a ansiedade da autora, pela "voz" do narrador omnisciente,pelo fim dos "GHETOS"humanos criados pelo dito homem racional.
Veja-se a aparente simplicidade do pensamento de AR neste pequeno extracto, que passo a citar:
"Com os coqueiros que se curvavam sobre ele e, com olhos de coco, viam os barcos passar.Subindo o rio pela manhã. Descendo o rio pela tardinha.E o som surdo e soturno dos remos dos barqueiros na madeira escura e oleada do barco..."
in "o Deus das Pequenas Coisas",Edição BIBLIOTECA SÁBADO, pág. 105.
O rio, a vida, a luta de Sísifo, montanha-rio acima, montanha-rio abaixo. Passos do Homem na luta pela sobrevivência...na luta pela vida que acaba no "barco" que irá levar-nos ao Além.
Inexorável, o fim. O Homem sempre curvado, prostrado, ajoelhado perante os deuses...
Mª ELISA RIBEIRO-Mealhada, 3 de Janeiro de 2012.
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Com estas pequenas grandes coisas vai-se aprendendo.
ResponderEliminarBeijo.
Manuel: obrigada! Não é com a intenção de ensinar...é mais de dividir conhecimentos, pois todos aprendemos, uns com os outros...
ResponderEliminarBeijo da
Lisa