segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Poema:ESFINGE-LISBOA...


POEMA: ESFINGE-LISBOA…


Aridez em chama!
Deserto- reino da beleza majestática
da mística estátua, que vê o mundo,
num mover de olhos!

E Lisboa
que quase venceu o desconhecimento,
mira a Europa
dos barcos da férrea gente!

Saber eterno, leio-o nos teus olhos de pedra…
…enormes, cansados de abertos…
…condenados ao tormento-de-ver-sentir!
A vida-água espreita-te através do Nilo,
no insondável infinito do universo.

Os olhos do Tejo são bússulas-astrolábios
Do caminhar permanente…

Um brilho -poder cósmico- irradia alma
na alma das mentes,
ao evocar a idade longínqua em que a civilização
obedecia ao comando dos deuses.

Esfinge- enigma, como trespassar teus mistérios?
Perpétua febre da interrogação!
Quero ouvir a voz que não tens, do silêncio em que jazes…
Areias secas encobrem-te, escaldantes,
desejando apagar-te da memória dos édipos que não respondem,
que não sonham teus segredos de medo…

Não falam, teus olhos de pedra…vazios…ausentes…indiferentes.

Esfinge-poesia!
Mistério das areias, na arte do íntimo poético…
Sublevação das sensações, na alma do escultor-poeta…
Mistério do conhecimento da Palavra
que permite à Existência ,a verdadeira luz de UM sol!

LISBOA-ESFINGE de sete colinas do Outrora!
Amor do Sol eterno que brilha em barcos do Tejo
nas Palavras do fado que te canta
nas águas polvilhadas de dor
( pelas duras vielas da Hora!)
nos pés rotos das caravelas…

Mistério-interrogação-desvario-perfil frio- nos- quentes ardores do
sempre –pão!

Alma poética…porta da eternidade da Palavra…
Sonho das minhas horas…acordada!
Mito desfeito
no cheiro da canela
da imagem poética!
R-C12M-40(VDS)-OUT/011

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