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“Moira triste…”
Solta seus ais de saudade
a bela moira, chegada
das Arábias distantes,
entre nós aprisionada.
Das areias do deserto,
sua casa natural,
não se sente ela já perto
do seu “solo-país”, natal.
Do cimo da alta torre,
do castelo do senhor
lança os olhos em redor
e quase, quase que morre
no tormento da Saudade,
nos braços de seu amor.
Moira bela e encantada
não pode viver fechada…
Salta os muros,
galga os campos,
suspira ,desesperada,
procura areia doirada.
Cabelos soltos ao vento,
monta seu belo cavalo.
Atira-se contra o tempo
que está a separá-la,
das poeiras do deserto
que parece, ali, tão perto!
-“Linda moira, triste choro…
Ficarás, eternamente,
distante daquele oiro,
que deu vida ao teu nascer!
É nesta parte da Ibéria,
longínqua da Pátria tua,
que cumprirás o teu Fado,
sendo, deste novo Império,
rainha de alma nua…
Olha o mar do teu Algarve!
Será teu, se o quiseres…
Cantá-lo-ás, com alarde,
no meio de outras mulheres!
Tuas aias dançarão!
Dar-te-ão mais alegria!
Ver-te-ás tornar-te, então,
Senhora de um novo DIA!”
A linda moira acalmou…
Amou, sem nunca esquecer,
o solo que a viu nascer!
E o Algarve floriu, na Hora do seu PARTIR…
Hoje, as flores a chorar
não esquecem o seu sorrir
quando, em plena Primavera,
desatam a reflorir!
C6F -157/17 –AGT/09
NOTA: é riquíssimo ,em termos de lendas e tradições, o período medieval português.
Se nos lembrarmos dos imensos povos que invadiram a PENÍNSULA IBÉRICA, fácil será compreender que era impossível não sofrermos essas influências, a todos os níveis da Cultura e do saber, dos usos ,costumes e tradições...
Uma das influências mais notada é a das lendas relacionadas com o período da ocupação árabe, talvez pelo exotismo de tal cultura, fascinante! aos olhos dos cristãos.
Ainda hoje, nas poucas aldeias do interior mais longínquo do nosso país se contam ,ao serão, lendas e narrativas, que se prolongaram no tempo, tendo, inclusivamente , feito o delírio dos romancistas e poetas do PERÍODO ROMÃNTICO, no século XIX.
Lembram-se das "LENDAS E NARRATIVAS", de ALEXANDRE HERCULANO? E de "EURICO, O PRESBÍTERO"?
É claro, meus amigos, que eu sou a mais humilde cultora dessa temática! Deixo-vos com esta, mais que inocente e simples "lenda", da minha autoria.
LUSIBERO( MªELISA)
Olá Querida Amiga,
ResponderEliminarFantástico o seu poema e ter-se inspirado nesta temática realmente fascinante!
Parabéns, voltou a poeta, voltou a difusora de cultura, voltou a bloguista que tem muito para dizer e partilhar.
Um grande abraço,
Manuela
Obrigada, minha querida amiga!Sabe que me fascina a ingenuidade danossa Idade Média, em termos poéticos?Basta ler as CANTIGAS TROVADORESCAS para nos sentirmos grandes, em termos literários, pois as Cantigas de Amigo são a primeira forma de Literatura da PENÍNSULA!
ResponderEliminarBEIJINHO DE
LUSIBERO
Adorei esta lenda,Poema muito bom.
ResponderEliminarBeijo querida amiga.
Como em épicos de outrora
ResponderEliminarna sagrada e sincera devoção
esperando ansioso tua história,
e guardar,
dentro do meu coração!
Amiga, muito lindo, e que essa ingenuidade refloresça!
Um abraço, beijos.
Poema encantador a lembrar as pérolas do nosso Cancioneiro Medieval: parabéns, Maria!
ResponderEliminarBeijinho
Minha querida maria
ResponderEliminarSó posso dizer...MARAVILHOSO.
Deixo beijinhos com carinho
Sonhadora
Linda. Adorei a poesia e a história de um amor exilado.
ResponderEliminarbeijos
QUICAS: é isso mesmo. O nosso cancioneiro medieval é mágico! Não é por acaso que Almeida Garrett escreve o Antigo Romanceiro POrtuguês...
ResponderEliminarBEijo amigo
Lusibero
Angela: o nosso Cancineiro medieval está cheio de lendas relacionadas com a ocupação árabe da Península Ibérica.
ResponderEliminarBEIjinhos de
Lusibero
MINHA QUERIDA SONHADORA:fico contente por teres gostado. Eu adoro essa parte da História da nossa Literatura!
ResponderEliminarBEIJINHOS
LUSIBERO
Vozes da minh'alma: não é ingenuidade! É a realidade histórica da Literatura Portuguesa|
ResponderEliminarBEIJINHOS DE
LUSIBERO
Manuel Marques: ainda bem que gostou da lenda!
ResponderEliminarO poema é simples, é meu, é como intui a história...
Beijito de
LUSIBERO
Gostei muito.
ResponderEliminarbeijinhos
Minha Querida
ResponderEliminarBelissimo poema assente nas lendas do nosso cancioneiro Medieval e temos tantas e tão lindas...aí está, palco para nos deliciares... e eu tangendo a lira verei com alegria que " a mui nobre dama" está voltando aos Paços do seu castelo...
Ah, minha querida, como ás vezes me sinto como a tua linda moira..."amou, sem nunca esquecer
o solo que a viu nascer"
Beijo carinhoso
Graça
Belíssimo poema, cheio de musicalidades que retratam a história da tua terra.
ResponderEliminarÉ o passado que não nos deixa perder a identidade, pena que poucas pessoas dão importância para isso...
Muito bem elaborada tua escrita. Um primor!
Beijinhos, amiga
GRACINHA:ainda bem que te sentes essa moira...mas só se te fizer bem, amiga! Para deprimida... basto eu!
ResponderEliminarBEIJINHOS amiga
LUSIBERO
MINHA QUERIDA MALU: já hoje fiz um comentário ao teu lindo poema da rosa vermelha. Acontece que já lá passei e ele não entrou, porque faltou a luz, com a trovoada que temos, nesta região. Vou lá voltar, sim?
ResponderEliminarObrigada pelas tuas sempre lindas palavras!
BEIJINHOS DE Mª ELISA