quinta-feira, 27 de março de 2014

Poema meu: EU SEI...(poema REG.)

























EU SEI…







Vira-se o peito para dentro das memórias e escava-lhes as ruínas.



Eu sei…



…sei que amo e não amo, que rio e que choro, que me ilumina o sol

e me inundam as sombras.



Não valho um centímetro da realidade da história!



Passo a vida na ponta de uma caneta

suspensa de uma palavra, por onde perpassa a imagem do mundo

em todos os seus reflexos.



Assumo-me mulher livre

capaz de guardar ou recusar as palavras escritas

por mim e por outros!



Eu sei…



No silêncio da escrita ardem fábulas tranquilas____________________________

___________plantas -pássaros_________________________________________

__________________estátuas nuas-mármore morto_______________________

__________________________mar parado-desnorte das ilhas_______________

_________________________________memórias de ruínas…________________



Eu sei…



Chora o Atlântico…

…lágrimas que não viu , nem sentiu, nos poemas de Camões…

Então…

escrevo a chama e o fogo da luz,

a metáfora do deslizar caminhante dos barcos

a ruminarem ondas do tramonto

e os violinos inchados de música-grávida-de-mitos.



Vivo na humanidade, que as palavras me roubam!

Toco-lhes na alma, que sai de mim!



Depois…

______creio nos leões e nas gazelas dos desertos desfeitos

_________em amendoeiras floridas,

____________em amoras silvestres sumidas num vinho forte

_______________de tâmaras-gordas-bojudas

____________________a maturar outras vidas, nos amores de AL-mu-TAMID!





Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

Março/014

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