terça-feira, 28 de janeiro de 2014









Poema:


REDONDILHA MAIOR


Era assim que me apertavas
No conchego dos teus braços,
Quando, sereno, chegavas,
Para invadir meus espaços.

Todo o meu corpo pensava
Nos olhos com que me lias.
E a flor que desabrochava,
Ria dos olhos que vias.

Meu fogo era o teu fogo.
Teu desejo , o meu desejo.
Isso via-se tão logo
Na força do nosso beijo.

Sorria o sol nas alturas.
Corria o rio, no leito.
E eu ficava com tonturas,
Se me apertavas ao peito.

Aves ternas a voar
Passavam-nos tão pertinho,
Que era fácil suspeitar
Daquele vôo rentinho.

Minhas mãos nas tuas mãos
E minha boca na tua,
Que bom era acreditar
Que me darias a lua.

Cabelos soltos ao vento,
Vestidinho a ondular,
Era num gemido lento,
Que te amava, sem cessar.

Foi lindo enquanto durou
O nosso bailado louco.
Mas o tempo que passou,
No rude vento a soprar,
bem cedo me alertou,
que nada pode durar.
Prolongar o sofrimento
Leva o amor para um fim…
Senta-te, por um momento…
Concorda que é assim.


Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
JAN/014

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