D. Dinis, o rei trovador revisitado na Biblioteca Nacional
«D. Dinis é um dos autores representado nos Cancioneiros com maior número de composições: são da sua autoria 137 textos, nos vários géneros. Nasceu em Lisboa em 1261, tendo falecido em Santarém, em 1325. É filho de D. Afonso III de Portugal e de D. Beatriz de Castela, sendo neto, por via materna de Afonso X, de quem terá herdado o génio poético. O pai Afonso III, por outro lado, traz consigo a influência da corte borgonhesa, e o gosto pela literatura cavaleiresca, o que terá criado um ambiente favorável a que, na corte de D. Dinis, que terá tido perceptores de origem provençal como Domingos Jardo, a cultura tivesse encontrado um momento de grande florescimento. A ele se deve a fundação dos Estudos Gerais de Lisboa, embrião da Universidade portuguesa. Também pelo casamento com Isabel de Aragão, a literatura em langue d'oc viu a sua presença reforçada na corte dionisina. Há, na linguagem de D. Dinis, um retomar de muitas fórmulas e lugares comuns da poesia medieval. Tal facto não deve surpreender, já que o conceito de originalidade é algo que não faz parte desta literatura. Não quer isto dizer que não possamos reconhecer elementos próprios e originais, nomeadamente a afirmação da sua arte poética, assim como o reflexo da sua condição real no modo como desenvolve alguns aspectos das Cantigas de Amigo.»
Nuno Júdice em D. Dinis - Cancioneiro.
(Clicar na imagem para ampliar.) |
Prosseguem, um pouco por todo o país, as celebrações dos 750 anos do nascimento de D. Dinis, multiplicando-se os eventos de homenagem ao nosso sábio rei lavrador.
Assim, no próximo dia 28 de Outubro, pelas 18:00, no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, poder-se-á assistir a duas conferências de Ângela Correia e Manuel Pedro Ferreira, subordinadas ao tema Dom Dinis, Trovador, seguindo-se a apresentação do Projecto Littera, a cargo da investigadora Graça Videira Lopes. Este evento terminará com um concerto do grupo Vozes Alfonsinas que tratará de executar algumas das cantigas medievais de Dom Dinis e seus contemporâneos. A entrada é livre.
Sem comentários:
Enviar um comentário