"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Poema : DENÚNCIA
Poema: DENÚNCIA
DENÚNCIA…
Águas claras murmuram saudades
Dos meus pesares…
Perto do bosque sombrio,
Do lado de lá do rio…dormem dríades;
E eu vejo as águas esticarem-se
Como serpente enlevada,
Com o calor que dá Vida…
É hora de mil canções
Em ansiosos, enamorados corações!
Mas…minhas mágoas não dormem!
Tormentos…
Frente ao rio que escorrega para o Mar
Vejo o percurso diverso…
“Tu, rio, rejuvenesces, pujante,
Sempre que as nuvens parem águas abundantes…
Eu…decaio, sem forças para impedir o Tempo de correr,
Passando, em velocidade estonteante!
Terras banhadas com semente a germinar
Fá-la-ão irromper…a cantar o fruto do amor druidico!
E ervas tenras, saborosas, de verdejantes que são,
Criam rebanhos saudáveis, nas permanentes pastagens!
Saudades desse tempo do meu germinar também…
Fui Mãe…e adorei a LUA CRESCENTE!
Denuncio-te agora, LUA, que mentes quando te convém!
Ora me serves de apoio,
Ora me chamas também,
Ora te calas, sem contar nada a ninguém…
Encobres o meu amor, que parece que não vem…
Agarro o ar da NOITE…
Levo comigo o rumorejar cúmplice
Das águas do rio cantante
Correndo p’ra longe, indiferente…
Guardo, no Vento, o murmúrio das minhas mágoas presentes
E ensino-as a VIVER…
A AMAR…
A renderem-se …
A darem-se à seara rica, que as amansa
No luar brilhante do seu ondular…
Sob um céu de estrelas, a cintilar…
Denuncio, Lua, teu permanente VIVER…!
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
JNH/010
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