quinta-feira, 16 de maio de 2013

RICARDO REIS-Através do site blog; porf2000-NET







RICARDO REIS – O POETA DA RAZÃO
Heterónimo de Fernando Pessoa
A partir da carta a Adolfo Casais Monteiro
nasceu no Porto (1887);
foi educado num colégio de jesuítas ;
”É latinista por educação alheia e semi-helenista por educação própria”;
médico;
viveu no Brasil, expatriou-se voluntariamente por ser monárquico;
Interesse pela cultura Clássica, Romana (latina) e Grega (helénica);
Fisicamente:
”Um pouco mais baixo, mas forte, mais seco” do que Caeiro;
” de um vago moreno”; cara rapada;
Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa, é o poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas. “Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio”, “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” ou “Segue o teu destino” são poemas que nos mostram que este discípulo de Caeiro aceita a antiga crença nos deuses, enquanto disciplinadora das nossas emoções e sentimentos, mas defende, sobretudo, a busca de uma felicidade relativa alcançada pela indiferença à perturbação.
A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, o “carpe diem”, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Apesar deste prazer que procura e da felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade – ataraxia.
Ricardo Reis propõe, pois, uma filosofia moral de acordo com os princípios do epicurismo e uma filosofia estóica:
- “Carpe diem” (aproveitai o dia), ou seja, aproveitai a vida em cada dia, como caminho da felicidade;
- Buscar a felicidade com tranquilidade (ataraxia);
- Não ceder aos impulsos dos instintos (estoicismo);
- Procurar a calma, ou pelo menos, a sua ilusão;
- Seguir o ideal ético da apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade (sobre esta apenas pesa o Fado).
Ricardo Reis, que adquiriu a lição do paganismo espontâneo de Caeiro, cultiva um neoclassicismo neopagão (crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas), recorrendo à mitologia greco-latina, e considera a brevidade, a fugacidade e a transitoriedade da vida, pois sabe que o tempo passa e tudo é efémero. Daí fazer a apologia da indiferença solene diante o poder dos teus e do destino inelutável. Considera que a verdadeira sabedoria de vida é viver de forma equilibrada e serena, “sem desassossegos grandes”.
A precisão verbal e o recurso à mitologia, associados aos princípios da moral e da estética epicuristas e estóicas ou à tranquila resignação ao destino, são marcas do classicismo erudito de Reis. Poeta clássico da serenidade, Ricardo Reis privilegia a ode, o epigrama e a elegia. A frase concisa e a sintaxe clássica latina, frequentemente com a inversão da ordem lógica (hipérbatos), favorecem o ritmo das suas ideias lúcidas e disciplinadas.
A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.
-   A concepção dos deuses como um ideal humano
-   As referências aos deuses da Antiguidade (neo-paganismo) greco-latina são uma forma de referir a primazia do corpo, das formas, da natureza, dos aspectos exteriores, da realidade, sem cuidar da subjectividade ou da interioridade - ensinamentos de Caeiro, o mestre de todos os heterónimos
-   A recusa de envolvimento nas coisas do mundo e dos homens
·  Epicurismo
-   busca da felicidade relativa
-   moderação nos prazeres
-   fuga à dor
-   ataraxia (tranquilidade capaz de evitar a perturbação)
- prazer do momento
- Carpe Diem (caminho da felicidade, alcançada pela indiferença à perturbação)
- Não cede aos impulsos dos instintos
- calma, ou pelo menos, a sua ilusão
- ideal ético de apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade
·  Estoicismo : considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, que são perturbações da razão
-   aceitação das leis do destino (“... a vida/ passa e não fica, nada deixa e nunca regressa.”)
-   indiferença face às paixões e à dor
-   abdicação de lutar
-   autodisciplina
·  Horacianismo
-   carpe diem: vive o momento
-   aurea mediocritas: a felicidade possível no sossego do campo (proximidade de Caeiro)
·  Paganismo
-   crença nos deuses
-   crença na civilização da Grécia
-   sente-se um “estrangeiro” fora da sua pátria, a Grécia
·  Culto do Belo, como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida
·  Intelectualização das emoções
·  Medo da morte
·  Quase ausência de erotismo, em contraste com o seu mestre Horácio
·  Neoclassicismo
-   poesia construída com base em ideias elevada
-   Odes (forma métrica por excelência)
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
-   Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita
-   Estrofes regulares de verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo
-   Verso branco
-   Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração
-   Predomínio da subordinação
-   Uso frequente do hipérbato
-   Uso frequente do gerúndio e do imperativo
-   Uso de latinismos (astro, ínfero, insciente...)
-   Metáforas, eufemismos, comparações, imagens
Estilo construído com muito rigor e muito denso
- Classicismo erudito:
                        - precisão verbal
                        - recurso à mitologia (crença e culto aos deuses)
                        - princípios de moral e da estética epicurista e estoica
                        - tranquila resignação ao destino
- Poeta Intelectual, sabe contemplar: ver intelectualmente a realidade
- Aceita a relatividade e a fugacidade das coisas
- Verdadeira sabedoria da vida é viver de forma equilibrada e serena
- Características modernas no poeta: angústia e tristeza
- Linguagem e estilo:
- privilegia a ode, o epigrama e a elegia.
- usa a inversão da ordem lógica, favorecendo o ritmo das suas ideias disciplinadas
- estilo densamente trabalhado, de sintaxe alatinada, hipérbatos, apóstrofes, metáforas, comparações, gerúndio e imperativo.
- verso irregular e decassilábico
“Reis procura simplesmente aderir ao momento presente, gozá-lo, sem nada mais pedir.”
*”epicurista triste”- (Carpe Diem)- busca do prazer moderado a da ataraxia;
*busca do prazer relativo;
*estoicismo – aceitação calma e serena da ordem das coisas;
*moralista – pretende levar os outros a adoptar a sua filosofia de vida;
*intelectualiza as emoções;
*temática da miséria da condição humana do FATUM (destino), da velhice, da irreversibilidade da morte e da efemeridade da vida, do tempo;
*espírito grave , ansioso de perfeição;
*aceitação do Fado, da ordem natural das coisas;
Na Linguagem:
*linguagem erudita alatinada, quer no vocabulário (latinismos), quer na construção de frase (hipérbato);
*preferência pela Ode de estilo Horácio;
*irregularidade métrica;
*gosto pelo gerúndio;
*uso frequente do imperativo;
*estilo laboriosamente trabalhado; elegante; pesado;
*importância dada ao ritmo;

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