sábado, 4 de agosto de 2012

POEMA: SEARA


SEARA


Inchado de redondo-luz, deita-se no mar, o Sol…
As portas do horizonte-em-tons-vermelho-alaranjado
abrem-se, de par em par, e deixam-no acomodado.

Na seara, que cresce numa pujança-erótica,
ondeiam brisas mortiças que arrastam ondas de
trigo-pão para o centro-caótico da corola das papoilas rubras,
que me acenam da tua mão.

(Nos cantos agrestes do meu quarto
onde não entra o luar,
vai murchando uma paixão-de- seara-a-morrer…)

Amaste-me, quando te sorri…
Viveste-me, quando te vivi…
Bebeste o suor que te dei…ali…
num lençol cheirando a jasmim…

FOMOS SEARA POTENTE NO CALOR-SUFOCANTE-do verão-que-ardemos…

Ainda voam passarinhos na planície grávida de sementes,
perto das árvores sedentas do riacho que secou.
‘Inda encontro faúlhas do teu perfume
nos caminhos cobertos de sol-lume-a-queimar-
-o- que- o-passado- levou…
…caminhos-ardentes…

…e os passos na calçada deixam-me alvoroçada…

Esqueço que o Tempo voou, sem sabermos, para um Futuro que não previmos!

( Pura retórica, esta divagação pelo meio do poema,
bela flor do meu universo humano, imerso no odor do tema…)

Um inesperado relâmpago-eu ouvi o trovão!-rasgou o véu crepuscular-da-memória!

Acabou a melodia -na -explosão-sinfonia-do-Mistério --------------------------------------
Nos sentidos, tenho Chopin … na hora de Poesia em que
junto as sílabas do verso no reverso da história ----------------------------------------------

Fulgurante e harmoniosa plenitude de espírito-corporal
foi a magnitude que tecemos, na bíblia da nossa conjugação astral !
Hoje, há flores que desconhecem sonatas de movimentos de amor…
Há tristeza no canto das cotovias loucas…
…e até o mar soluça quando recorda o que foram
as nossas rumorosas melodias…
…tão poucas…


Marilisa Ribeiro-(ERT)-Jnh/012

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