sexta-feira, 10 de agosto de 2012

POEMA: CANTO CELTA...


UM CANTO CELTA


.ampulhetas-sol recolhem o tempo feito-areias-de-temor.
.cai ,lenta e densamente, cada fracção-no-espaço-que-sou.
.mergulho a alma na areia, no seio da clepsidra, para
ir -sendo-a-viver .

.acordo na madrugada, quando tenho um poema
pronto para te oferecer.
.as palavras juntam-se em versos do ser
que tenho para te dar.
.a eternidade vivo-a a teu lado, no verso que vai crescendo
nesse olhar perscrutando os ares no deserto-do-não-ser,
---------------------------------------se eu não o puder viver…

.um canto céltico soando a fado
junta-se numa fanfarra –de-gaitas-de-fole,
em que as guitarras choram saudades de canelas e de caril…

.magia no ar do ar das florestas
onde os druidas preservam o odor
dos cantos de flores-mil----------------------------------------------

.cheira a salsa, a rosmaninho e a hortelã-pimenta
no meio das urzes, das giestas e das ervas rasteiras
onde a natureza tece uma manta ,e eu me enrosco
numa palavra -atenta – pronta- a -nascer.

Minha poesia acontece na força de uma semente
que grita , do fundo da terra, a urgência de germinar!

Palavra minha! Canto de flauta! Toque de adufe! Som de guitarra
que salta da pauta-------------------numa ondina de enfeitiçar!


Marilisa Ribeiro-FEV/012-(MSG)

2 comentários:

  1. Minha poesia acontece na força de uma semente
    que grita , do fundo da terra, a urgência de germinar!

    Suas poesias têm, todas elas, uma intensidade que nos toca a alma...
    Essa magia céltica nos embala a alma e me vejo a navegar numa tela de existência única.

    Grande abraço e meu carinho, Maria Elisa!!!!

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  2. Minha querida MALU: obrigada por ter vindo e pelas tuas palavras!
    Beijinho, amiga!

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