"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
POEMA-MÃO DE PAPOILA
POEMA: MÃO DE PAPOILA
Há tardes que dormem nos fenos das searas, que lavam
os sonhos nos ribeiros dos trigais-------------------nos ribeiros dos trigais.
Perdidos pelo meio dos poros das papoilas rubras,
lamentam-se os laranjais-------------------sempre ruivos,
quase maduros-----------------------------------sempre sazonais.
Aromas de pomares-palmares perdem-se em estranhos altares
de brisas distantes
que se acercam sempre mais-------------------------sempre mais,
das ondas de trigo loiro que balançam nos campais----------------------------.
Vagueia , o mar, ao longe---------------------mar de águas prateadas,
azuis, afundadas em espuma--------------------afundadas em espuma-------------
Pelos dedos, donde escorre a ideia que explode no pensamento,
conto os barcos que não vejo…………………………………………………………………………..
que deslizam para o verão dum intento oriental
que se perdeu, nas pedras de um areal----------------------------------------------------
Guardo UM tempo nas palavras
que o vento traz de feição-----------------------------------traz de feição-----------------
Nele tenho a memória do silêncio
e o perfume dos desejos com que enchia a tua mão-----------mão de papoila-----------
do trigo da seara do trigal,
onde fizemos poema-amor-num-campo-lexical-------------------------------------------------
Marilisa Ribeiro-FEV/012 (MSM)
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