segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje: “ O CIRCO:”

Foto google



Hoje: “ O CIRCO:”

INTRODUÇÃO: este artigo foi escrito em 2008; publicado no JORNAL DA MEALHADA, com o qual colaboro, e apesar de referir factos já ultrapassados no tempo, resolvi voltar a publicá-lo, hoje, por se manter actual o tema principal: o "CIRCO" das campanhas eleitorais!



“Triste não é mudar de ideias. O que é triste, é não ter ideias para mudar…”
(Bertrand Russell, filósofo –sécs XVI/XVII)
Ou, de como Erasmo de Roterdão pensa sobre certos indivíduos que nos rodeiam: “ É muito mais honesto estar nu, do que usar roupas transparentes.”

Escrevo este artigo no dia em que começam a sentir-se as repercussões à nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN). Estou a ouvir as palavras de dois “grandes actores” da vida nacional, o ministro das finanças e o governador?! do banco de Portugal que tentam, ambos e o resto deles, arranjar desculpas para o indesculpável descalabro económico/ financeiro, desta instituição; indesculpável, porque absolutamente previsível, como dizem, hoje, também, os entendidos na matéria.
Nunca estive mais de acordo com as palavras, quer de Paulo Portas quer de Francisco Louçã. Pode parecer estranho, sendo eu, como sou! uma mulher da esquerda independente.
Mas eu explico: com Portas concordo, corroboro e subscrevo, no que concerne às perguntas a respeito do governador?! do banco de Portugal : “por onde anda/ tem andado” Vítor Constâncio que, com o maior ordenado deste país de pobres, nunca chega a tempo de prevenir casos como este ou como o do BCP, para impedir as” actuações “ de alegados tipos de corrupção que vão, aos poucos, contribuindo, para o afundamento do “circo” dos dinheiros de Portugal… (leia-se, finanças nacionais); estou de acordo, igualmente, com o líder dos “bloquistas”, na medida em que proclama, alto e a bom som, aquilo com que todos concordamos…que é preciso encontrar e fazê-los pagar por isso, todos os implicados na tramóia, para que nem um cêntimo seja pago com o dinheiro dos pobres que não têm contas em “offshores ”! Bem…se não estivéssemos em Portugal, talvez pudéssemos ter alguma fé…
Nem de propósito! Acabámos, todos, certamente, de ouvir Miguel Cadilhe, em conferência de imprensa, a condenar a opção dos mandantes nacionais de nacionalizar o BPN! E mais: foi ele, Miguel Cadilhe, quem alertou, tanto Vitor Constâncio como o “ actor” das finanças portuguesas, para os ilícitos que detectou no banco, quando lá entrou e que já vinham muito de trás! Dada a competência e rectidão que reconheço neste Homem…é caso para nos preocuparmos; quanto a isso, parece não haver dúvidas…Mas…e os trabalhadores? E…Oliveira e Costa? E…todos os outros “ GRANDES”?
Neste Portugal dos últimos anos, que tem vindo, quase placidamente, a assistir, impotente apesar de tudo, ao sobre-enriquecimento de políticos, ex-políticos, senhores e grandes senhores, militantes ou não de facções partidárias ou empresariais e “outras que tais”…devemos confiar que se faça justiça? Vá lá…confiemos! Façamos-lhes esse favorzito…Melhor pensando…Não façamos! Lembram-se, leitores, daquela notícia de há dias, em que se falou de uma freira que, por não ter bilhete para o transporte público onde se encontrava, foi levada perante a polícia? Pois… Todos os dias somos confrontados com notícias de roubos, desfalques, truques para desviar milhões. Nunca se conhecem os resultados dos “famosos” inquéritos portugueses a toda e qualquer alegada fraude! E, entretanto, lá vão mais uns “tostões” para os membros das tais comissões…Em Portugal, é assim: quem rouba um tostão, vai para a prisão! Quem rouba milhões, o mais certo é ir passar umas férias de luxo num qualquer paraíso. Até a memória da “coisa” arrefecer…
Ainda há quem diga que” a culpa não pode morrer solteira”. Tenho para mim que isso era dantes, noutros tempos e noutras terras. Senão, reparem: o que é feito dos casos “Apito dourado”,” Casa Pia”, “Operação furacão”, “Portucale”, etc? É por isso que quero falar-vos do “CIRCO” que se aproxima a passos largos, as próximas eleições…Já deu para ver que alguns artistas começam a alindar o sorriso e o carácter, com um chorrilho de promessas (tal qual todos os períodos pré-eleitorais…) que começou já com o Orçamento de Estado, no qual não se pode acreditar por ser demasiado risonho e com as faces dos “actores” a mudar, começando a perder a arrogância, a sisudez e a prepotência mal-educada, para mais – que os tem caracterizado; ao contrário do que diz Bruxelas, “nós por cá estamos numa sociedade risonha, os postos de emprego há-os por aí aos montes, a crise financeira… isso não é nada connosco… enfim, um nunca mais acabar de coisas lindas que têm por fim levar os tristes “espectadores” a dar mais uma maioriazita absoluta aos “directores” do “Circo” e da “Banda”… Sou da opinião que qualquer maioria absoluta se pode transformar numa ditadura absoluta; tanto mais se “actuar” como as que por aí tem havido… EU, que não sou senão um voto, não alinho nisso! Não quero ver os idosos do meu país enganados com um suplemento de reforma…com uma resma de papéis para preencher ou a terem que denunciar os proventos dos filhos, por mais uns cobres…Os meus pais não foram na cantiga, apesar de estarem a caminho dos noventa, apesar de terem uma reforma de miséria, apesar de saberem que os chefes sabem bem quanto eu ganho, por onde ando, para onde vou, quantas vezes como, com quem falo, o que escrevo, o que leio, etc.
E o “Circo” lá se vai preparando, limpando os “terrenos” onde se hão-de montar as “tendas” e os “camarins”, para os” actores”: uns, engraçados; outros menos, mas todos com um ar de seres humanos normais: altos, baixos, carecas, elegantes ou barrigudos, olheirentos “de tanto trabalho”, com voz de trovão ou de falsete e a prepotência de um qualquer “director” de palcos…
Não, não falo nem do circo Chen nem do Cardinalli…Falo do “circo eleitoral”, essa festa tão “sui generis” em que tropeça o nosso país, ao bater de um período de quatro anos.
A festa vai continuar! Já entrou o “actor” Magalhães, recentemente baptizado “Tin Tin”, talvez com medo de que qualquer pirata das Caraíbas o faça acabar por aí…o Magalhães, pois claro!
Confesso ser uma leitora compulsiva. Estudei Kant, por obrigação do programa de então e leio-o agora, com o gosto e a maturidade adquiridos. Nós, seres humanos, devemos fazer o caminho para um relativo aperfeiçoamento, enriquecendo-o de acordo com as nossas capacidades…e talvez mais! Lembro-me, não da expressão exacta, mas de uma ideia deste filósofo, que diz, mais ou menos isto:”Política que se preze não deve dar um passo sem prestar a devida homenagem à moral.”
Lembram-se, leitores, de que há dias houve uma trapalhada qualquer com a apresentação do orçamento para o próximo ano, na assembleia da república? Bem…no próprio dia, nenhum dos actores principais deu qualquer explicação aos deputados da nação, na oposição, sobre o que se tinha passado…Má educação, prepotência, autoritarismo, narcisismo…manias de grandeza…sei lá! No entretanto, o senhor “director” da maioria absoluta caiu em si; pensou, sem sombra de dúvidas, que está à porta, em 2009, uma nova festa; vestiu um fato a condizer e, no dia seguinte, pela boca do ministro dos assuntos parlamentares, a” festa”continuou a implantar-se no terreno…Nunca, com tanta humildade e cortesia, este “actor” se dirigiu aos deputados (actores secundários) pedindo desculpas pela trapalhada informática, que provocara todo aquele problema. Mas, perguntar não ofende: não temos nós, portugueses, um “Tin Tin”??? Foi comovente ver aquela face tão contrita…tão diferente da que usa e tem usado noutros momentos em que os portugueses tinham, porque continuam a ter! - direito a respostas e não a “tabefes”! Soou a auto-elogio e, nesse aspecto… “como dantes, Sr.Abrantes”. E, quanto ao grande “actor” das finanças? É certo que nunca se ri, mas lá que é um brincalhão…disso não haja dúvidas! Vem aí um aumento para esses malandros dos funcionários públicos… para alguns abonos de família… e não estamos nada em crise! a nossa é especial…vai dar-nos dinheiro, ao contrário das outras…
Ei!, portugueses como eu, estamos a dormir ou quê? Saímos ou não da sombra da bananeira mirrada? Algum dos “actores” principais nos garantiu que vamos ter de volta os nossos hospitais e maternidades, os SAPs? Garantiu-nos, alguém, que acabarão os desmandos do trio de “actores” do circo da educação? Está em risco a decente preparação dos nossos filhos e netos! Garanto-vos…e mais não digo! E olhem que esse “circo”, para poupar milhões, renega a EMOÇÃO com que os docentes trabalham, desconhece a atitude de ENTREGA e, flacidamente instalado nas “cadeiras de comando”, não compreende a beleza do TRABALHO.
Entretanto, vá lá, ainda não foram despedidos alguns outros “actores”, daqueles que, por vezes, se insurgem: Manuel Alegre, Ana Gomes, Carvalho da Silva, o meu caro colega Santana Castilho que, paulatinamente, vai denunciando a vergonha do trio da “5 de Outubro” na educação…Ainda por aí vão falando outros, como Vasco Pulido Valente…
Reparem, apesar de tudo, como os “altos directores” da “tenda” nacional agem de modo diferente daquilo que proclamam… É conforme a importância dos “actores”. Pelos órgãos de informação afirmam a sua (deles) democracia… que o “comando” deles é todo aberto a novas ideias e opiniões, que não marginalizam ninguém, de lá de dentro da “tenda”, só porque tem ideias diversas…
Alguém se recorda do MOVIMENTO ODETE ISABEL À CÂMARA DA MEALHADA (MOI-CM)? Um grupo de gente amante da, então, vila, cujo grande pecado foi ter ideias divergentes, sérias e coerentes, para o concelho? que não andavam à procura de emprego…??? Pois, ainda bem que se lembram dessa vergonha da chamada “democracia”, da “directoria geral” de então…Esse grupo de expulsos, pertencentes ao MOI-CM, não consegue compreender a existência do proclamado movimento independente de Manuel Alegre; e, aqui, falo por mim! É que ele veio depois do MOI-CM…Posso perguntar: que estranha força tens tu, homem de Águeda?
Uma coisa gostaria de ver na próxima quadra de “festa” eleitoral”: em vez de irem por boas estradas, acompanhados pelas televisões e jornais, em carros topo de gama e muuuuuitos batedores da GNR, vão por essas aldeias de Portugal, desertas, a cair aos poucos, sem luz e água, sem estradas sem serviços médicos ou sociais, onde há gente que, de benesses, só conhece a da sua dignidade humana. É fácil ver PORTUGAL do Mosteiro dos Jerónimos ou em frente às fábricas dos pastéis de Belém…
E vou-me, com a convicção de que nos sobra o direito ao SONHO, pois….


“ …sempre que um homem sonha/o mundo pula e avança/como bola colorida/entre as mãos de uma criança.” (Sebastião da Gama).
P.S.Tudo quanto foi dito, neste artigo, (como, aliás, em todos os meus artigos) é da minha inteira responsabilidade, fruto das minhas recordações e da análise crítica do meu “EU” livre. Não há erros ortográficos… Usei letra minúscula, em certas palavras, deliberadamente, porque quis.


MARIA ELISA RODRIGUES RIBEIRO-5 de Novembro de 2008

1 comentário:

  1. A comparação é boa dado que é o espelho daquilo que vemos nestes dias.
    Eles vão continuar e isso para mim é o pior.
    Tratam os portugueses como deficientes anormais e estúpidos.
    Estou farto de toda a palhaçada.

    ResponderEliminar