terça-feira, 21 de dezembro de 2010

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“AVÉ-MARIA”!


Era tão sentido o anoitecer da minha infância,
na terra que me viu nascer!
Era tão lindo ver os camponeses, ruidosos,
prepararem o ansiado anoitecer!

Pelas vielas, ao som das “Avé –Marias”,
ia-se recolhendo, lentamente,
o gado que pastava, nas serranias.
E, enxadas às costas, por entre vinhedos e casarios,
regressava-se ao repouso do suor dos lavradios.

E eu, na inocência das minhas brincadeiras,
corria para casa, qual ave fugidia,
cansada de devastar as sementeiras
sorrindo daqueles que, contra elas corriam.

Infância! Paz de inocência dos espíritos,
ainda não sufocados pela amargura dos dias!

Volta, Infância!
Volta a este meu coração, que te recorda
agora, que as experiências se tornam mais arredias!


CAD “ B – 100 SET/07

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