DE UM SOPRO…
Indefinível o momento em que a infância deixou-de-o-ser.
recordo a cesta de uvas-passas e nozes maduras
de outras gerações-
(-o céu era , então, divino, no crepúsculo cravejado de astros brilhantes-)
-o baú não tinha outros diamantes que as pedras cintilantes
da-verdade-que-eu-fui- na- inocência-que-era.
-o odor das nozes e das uvas de então, passou…
…morreu nas aragens do vento, que lhes secou a raiz matricial…
-permanece intacto o receio do sonho na escada-em-caracol-
Só por isso, a tenra idade ainda floresce…
Só por isso, a esperança cresce…
Só por isso, ainda oiço a voz das raízes que estremecem
dentro dos sulcos telúricos
onde as sementes amadurecem-
De um sopro…meu corpo desliza nas névoas
que amanhecem…………………………………………………………………………………………
Maria Elisa Ribeiro-MRÇ/014
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