quinta-feira, 11 de abril de 2024

POEMA

 

                                                                  



ALÉM  TEJO

 

 

 

O céu apresenta-se naquele azul-cinzento, que regala o olhar

onde as sombras mais imponentes são as das árvores

que se desenham,  estendendo-se pelo ar.

Na calma da noite vivem as sombras dos grilos e outros insectos

Que fazem ouvir os seus zumbidos ao cirandar pelos espaços abertos.

O silêncio é de tal modo irreal, que se podem ouvir os nossos pensamentos.

 

A noite vive em todo o país.

Estou a descansar num lugar que amo, perto de ÉVORA. Cheira-me a cortiça e a bolotas e pode ver-se que há vida

debaixo dos velhos sobreiros, filósofos da seca terra onde,

 de tempos a tempos, a envolvência mística explode em verdes, brancos, vermelhos,

lilases e noutros tons alterados a que a chuva dá vida,

quando consegue chegar aos montados.

 

E se estivermos atentos à solidão dos nossos pensamentos,

Ouviremos os passos de FLORBELA junto às suas papoulas

Onde, rentes aos rebentos de trigo, estarão sonetos antigos

Do ALÉM TEJO DE AGORA!

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

MRÇ/2024

 

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