ALÉM TEJO
O céu
apresenta-se naquele azul-cinzento, que regala o olhar
onde as
sombras mais imponentes são as das árvores
que se
desenham, estendendo-se pelo ar.
Na calma da
noite vivem as sombras dos grilos e outros insectos
Que fazem
ouvir os seus zumbidos ao cirandar pelos espaços abertos.
O silêncio é
de tal modo irreal, que se podem ouvir os nossos pensamentos.
A noite vive
em todo o país.
Estou a
descansar num lugar que amo, perto de ÉVORA. Cheira-me a cortiça e a bolotas e
pode ver-se que há vida
debaixo dos
velhos sobreiros, filósofos da seca terra onde,
de tempos a tempos, a envolvência mística
explode em verdes, brancos, vermelhos,
lilases e
noutros tons alterados a que a chuva dá vida,
quando
consegue chegar aos montados.
E se
estivermos atentos à solidão dos nossos pensamentos,
Ouviremos os
passos de FLORBELA junto às suas papoulas
Onde, rentes
aos rebentos de trigo, estarão sonetos antigos
Do ALÉM TEJO
DE AGORA!
©Maria Elisa Ribeiro
MRÇ/2024
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