sexta-feira, 19 de abril de 2024

POEMA





 A POESIA ROÇA-NOS…

É Verão.
O Sol arde.
Ramos de figueira estendidos por sobre o poço que rega o quintal,
estão a tentar-me com os frutos maduros prontos a comer.
São figos-de-pingo mel que aromatizam os ares
onde as abelhas e outros insectos não param de voltejar.
Só as sementes e os grãos maduros, fofos, carnudos,
conseguem suportar o tremendo calor
que tudo parece queimar.
As pereiras, macieiras e pessegueiros carregadas de frutos cheirosos,
maduros e de cores rosadas,
apelam a mãos tarefeiras
para poderem oferecer ao nosso olhar toda a sua vida, pronta a saborear.
O cheiro vermelho e branco das uvas madurinhas
aí está a lembrar que está na hora de as apanhar…
É Verão.
Estendo-me ao fresco, neste mar de verdura e fecho os olhos
a sonhar com as histórias das princesas de OUTRORA,
de quando os
príncipes passavam, a cavalo, mortinhos por as acordar…
Não o sabia, ENTÃO…e mal o sei AGORA… mas parece que a Poesia
me roçava o corpo desperto, à espera de me cativar…
Alturas houve em que a senti pelo ar a beijar-me as faces e a roçagar-me as pernas
fechando-me os olhos, sob tanto calor.
Hoje, já não seria capaz de lhes resistir…
…nem ao seu odor, nem ao teu ardor
em frases de amor!
Maria Elisa Ribeiro
DEZ/019

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