TOALHA BRANCA
Florescente
tribuna onde descansam as maiores belezas
da
mãe-Natureza
é o bosque
onde me sento rodeada de flores, folhas e
ervas
rasteiras de infinitas beleza e cor.
Trouxe uma
toalha branca de linho puro, ornada de pequenas flores
bordadas em
horas de espera...
E a mesa
despovoada espera por copos a tinir...comidas esperam, a odorar os
arredores
das borboletas e dos insectos a bulir.
A paisagem
obriga a olhar e a ouvir,atentamente,o murmúrio do chão onde me sento.
Sei que por
aí andam deuses, duendes, elfos, seres fantásticos sem vida...
Sou eu que a
trago comigo!
Nesta
espera, a toalha branca ainda não recebera os seus convidados...
(estavas,
como sempre, atrasado)
Deitei-me,
então, debaixo do frondoso salgueiro
que me cobria de sombra e devaneio.
No
entretanto,o Sol começava a escassear
e eu acordava para a triste realidade de não
te ver...
Lenta e
sentidamente, arrumei os meus haveres, e
despedi-me do bosque florido habitado por
outros amores.
Coisa
estranha: ao dobrar a minha toalha vi que um pingo
se plantara
num cantinho.
Cheira a
mistério,
Cheira a
bosque adormecido,
Cheira a
tempo -não-vivido
Cheira a
corpo de Mulher...
Limpo a face
e dou-a ao vento viajante
que me
encontrou numa nuvem errante...
Por isso,prossigo
e vou adiante.
©Maria Elisa Ribeiro
JAN/2023
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