segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

POEMA

 



 

Surgiste como uma nuvem empurrada pelo vento

em dia de tempestade... floco de fragmentos do céu

ferido na ponta do grito de um trovão…

 

Esse foi um momento único, tão veloz como brisa de ar

que tocou o meu coração e

como relâmpago que acendeu estrelas, nos trilhos do céu.

 

Surgiste e logo me abraçaste!

E eu quis demorar-me nesse abraço que me deste

como quem não pode esperar pelo beijo lento e húmido,

pronto a acalmar uma invisível tempestade-a-desabar.

 

Quis demorar-me nesse crepitar de vida, que me correu

pelas veias…

na tua música suave ,que aos meus ouvidos soou

como divino

aroma,

que se dispersa pelas almas certas,

quando se encontram e se fundem…

 

Não posso descuidar-me…

Não posso perder a atenção e correr o risco

de encontrar-me fora do teu coração…

Abraçados assim, a noite irá acabar nos raios de luar…

 

O som do trovão irá perder-se por entre as florestas iluminadas,

 as estrelas

brilhantes e sossegadas,

 os rios espumosos a correrem para o mar.

 

Sinto-me a empalidecer de fulgor e a loucura, vejo-a a escorrer pela

parede que nos verá adormecer.

Enchamos, no meio da tempestade, toda esta casa de amor,

tal fossem flores de um vermelho pujante

que pomos nos vasos a amadurecer…

 

Maria Elisa Ribeiro-Portugal

JAN/017

 

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