segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

POEMA

 






SINAIS DE FOGO

Um espasmo de luz...uma faúlha...um fogo...
desejos perdidos
nas águas que o mar seduz,
na lava tremenda de um rabujento vulcão.
Sonhos que doem se os invoco,
quando os evoco
em lavas orgulhosas e ardentes.
Passaram os tempos.
Os rouxinóis ficam exaustos
de tanto cantarem momentos do corpo,
em cios-de-vida a perderem penas e a rebentarem de luz.
Meu-sol-amante, língua de lume na minha pele!
Meu-mar-amante, língua de água a roubar-me o sol!
Na palma da mão que me segura a alma
há sangue sentido a pulsar.
(a pulsar roubando-lhe a calma)
Os botões da blusa, desabotoados, cabem-te na vida da mão.
(na vida da mão,
que passeia pelas franjas de espuma sobre os meus ombros).
Mas ausentaste-te como rosa do deserto
e os botões voaram para lá do nosso Universo.
(Nosso Universo...)
Onírica sensação, este sentir rastos de fogo
que o mar apagou
com um só safanão de ondas,
sem compaixão...
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos reservados
Jlh/2021

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