segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

POEMA






 NOITE SOMBRIA

Caíste, noite sombria, noite dos corações sós,
das amarguras e das vidas tragadas pela obscuridade
de incontáveis eventos.
Que alegria sentiste no vir ofuscar o sol, que os dias veneram!
Chegaste na Palavra
que antes te tinha cruzado, em sonhos irrequietos
das horas passadas-a-correr,
na dolorosa solidão do afastar do luar.
Tu, Noite,escondeste os muros e os buracos,
das esquinas
dos dias que vou cumprindo,
sem me lembrar de ir contando
os passos e espaços,
que me vão faltando.
Mesmo assim, és linda, noite ominosa!
És dona de milhentas constelações,lindas
e conhecedoras
dos meus afectos, das minhas ilusões e desilusões...
Choro pelo mundo triste a que assistes, sem o poderes animar.
Velozes como cavalos de raça caminham as estrelas,
que fogem dos muros obscuros, inesperados e impensáveis.
O Tempo até parece que se afastou, quando a noite caiu;
não chorou e sabe-se, hoje, que nada sentiu, pois o Tempo é mesmo assim...
Minhas palavras nuas vestiram-se do silêncio atroz que usam
todos os seres escondidos nas relvas, na densidade das folhas e das ervas.
Os pássaros---que não cantam---- não me dão sílabas para construir Palavras
PALAVRAS---SÍLABAS---VERSOS!
Ó Noite escura, deserto da vida, onde o HOMEM-POETA se afoga-em-si, pronto para me dar vida a mim.
©Maria Elisa Ribeiro-Portugal
Todos os direitos reservados
Nov/2021
Esta Autora não segue o “Chamado ACORDO ORTOGRÁFICO”

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