"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sábado, 24 de dezembro de 2016
De José Luís Gomes Martins...
Viver Tranquilamente
Ter a morte por perto assusta, mas permitir que esse medo seja tão incapacitante que só a própria morte lhe possa pôr fim é algo tremendamente absurdo.
Aquilo de que verdadeiramente a maior parte das pessoas tem medo é de viver uma vida sem sentido. Passar o seu tempo, o único tempo que tem, a fazer escolhas erradas. A verdade da vida parece bem mais evidente perante a consciência do seu/nosso fim iminente.
Saibamos escutar os conselhos tranquilos e sábios dos mais velhos, sem cair na tentação de os confrontar com a sua própria vida; talvez tenha sido precisamente por terem escolhido mal para si que, agora, nos podem ajudar a não fazermos o mesmo.
Aprender a procurar a tranquilidade e a vivê-la é algo extremamente simples e valioso. Trata-se de aceitar com um sorriso o que a vida nos dá, apreciar o pouco que seja, em vez de andarmos alienados a sonhar com coisas tontas. A nossa ansiedade, raiva e frustração são sinais de que algo de essencial está errado entre nós e o mundo, e talvez não seja o mundo.
Nada na vida é garantido e isso torna-a ainda mais bela. Um dom.
Devíamos deixar que a paz nos guiasse por entre os nossos dias e noites. Afinal, a felicidade não está nos sonhos, mas sim na capacidade que temos de aceitar e admirar calmamente o fragmento de vida que nos anima.
Quem assim sabe viver talvez possa encarar a morte como apenas mais um momento mau entre duas tranquilidades.
José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'
[Autoria da Ilustração: Carlos Ribeiro]
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