segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

POEMA: ARGONAUTAS-TROVADORES






ARGONAUTAS TROVADORES


Argonautas trovadores de ondas  revoltas
de ávidos adamastores,
foram as gentes do meu país, cantando gestas do fero mar
ao som da lua ,no sol a queimar.

Na mente das rotas-a-percorrer
soavam, de longe, os sinos das aldeias em compassadas melopeias.
E cheirava a trigo e laranjais floridos, a coragem dos pobres mortais.

Orlas das praias antes percorridas
afundaram-se sob a força dos rumos desconhecidos.

Nas areias a cheirar a peixe e algas
ficaram, soterradas, as saudades de lenços brancos, cansadas de pranto.

O canto das aves, vaga  imagem  de miragens,
Foi-se estendendo por palmeirais de outras Horas…
…num Além, Talvez…

Colunas de odisseias cumpridas,
os homens do meu país às ordens do mito,
encontraram ondas de novos céus,
enterraram deuses expeditos e
enfrentaram o perigo de novas colheitas, desconhecidas.

Respiraram futuro-num-passado-presente!
Beberam espumas do tal Oriente!
Foram sendo-se, até sempre!
Os paraísos no inferno dos ópios
deram canelas, pimentas, marfins
tal como deram infernos às almas ausentes
nos brancos lenços, molhados…impotentes.



Marilisa Ribeiro-CP15-16/jan/013(O.I)

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