ALQUIMIA
Com o olhar
reacendo a manhã, que apagou as estrelas.
(Uma pedra preciosa de matizes vorazes
abre-se, a perfumar teu sono repousado.)
O Sol ainda não
chegou…
Vou vivendo Poesia ao ver teu corpo exalar
sons de
metáforas-do-prazer-de-viver………………………………………………………..
Crio, para te dar, imagens -sem-sentido,
perdidas nas madrugadas… ainda nocturnas,
ainda embrulhadas em véus de bruma………………………………………………………..
São versos que se prendem a ti,
----------------------------------------que os não lês………………………………………………….
-----------------------------------------que os não
vês………………………………………………..
Neles, planto rosas vermelhas inchadas de alquimia de
perfumes raros…
Rego-os com o orvalho da saudade
e vejo-as abrir em flor, num corpo a morrer-de-amor.
Beijo-te a face, agreste como a areia do mar, perfumada de
sal e maresia,
que levas para longe do meu sentir……………………………………………………………………
Por um momento, sinto o vento no meu respirar, a afagar
ramas de árvores-que-estão-a madrugar…
Sinto as aves que, a voar, mergulham num pomar de
intensidades, amando muito para além
da música das florestas, adormecidas no eco das arestas das
montanhas…
O horizonte aproxima-se, quando me chamas tua flor…
E meu corpo que reage como o mar dos desejos lusos, abre-se
na plenitude da génese,
para sucumbir no curvar-se perante uma espécie de ardor…
Meus sonhos drogados quanto
me dói olhar-vos!
Não tenho metafísicas escondidas…sou trigo a maturar …árvore
a arder –na- sede- de- me- dar…
água que cai, quando a terra a chama…fruto de um pomar de
palavras-a-amadurecer…
(Sou Tudo-sendo-o-Nada que deseja ser-Algo onde
respiro-esperanças!)
Minhas ondas atropelam-se sob uma mística luz…
…e sinto ser mar que se acalma, se a tua aura seduz…
Marilisa Ribeiro-(ERT)-1/013-
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