domingo, 1 de setembro de 2024

POEMA

ESQUINAS…

 


 

Pelas esquinas, vento fora pela noite dentro,

caminham madrugadas incendiadas pelos passos de turbulentas

estrelas cadentes.

 

Do mar salta o som da maresia impregnada de saudade,

batendo contra as margens em absoluta violência ,

indiferente às madrugadas que galgam  distâncias…

Apossa-se  do pensamento que já foi de naus altaneiras,

no sonho profundo dos tempos-idos, na proa das caravelas.

 

São tristes estas esquinas escuras,

madrugadoras de solidão

a cheirar

a  vinho da escuridão das almas inquietas,

 que não souberam cumprir metas…

 

Urge  chamar as gaivotas com o seu grasnar

para o céu dos circuitos das esquinas angulares…

Elas cantam o Fado ferido de um som milenar

com cheiro a canelas de longínquos  mares.

 

(Uma guitarra de cor pimenta dedilha acordes na manhã cinzenta…)

 

Esquinas da cidade…vielas vomitadas de tanta saudade…florestas de solidão disfarçadas--------------------------rugido das ondas do rio zangado…

-----------------marulho  do tempo dos antepassados a correr pelo mar, naufragados-----------------

 

Vielas empedradas que levam ao cais

                                                                  queixam-se, agora, de  novos-outros- AIS…

 

 

 

Maria Elisa Ribeiro

FEV/013- 

Sem comentários:

Enviar um comentário