segunda-feira, 12 de junho de 2017

Do nosso Aquilino Ribeiro



Texto de Aquilino Ribeiro

Texto de Aquilino Ribeiro (1885-1963), in "Geografia Sentimental"-Pesquisa na Net
"Pelo braço de estrada fora rompiam ranchos em algazarra, bestas rinchonas caracolando e maltas de varapaus leva que leva. Lá adiante, ao morrer da baixa, o melhor duma aldeia, harmónio fungando, cores a bezerrar, avançava em animado passo de dança. Sozinhos, chegados um ao outro, lá passavam dois casadinhos de fresco; bem se lhes via nos olhos muito mexidos o regalo de se mostrar. Tropicavam azeméis com velhos de capote e chapéu braguês para a nuca, e éguas de alabarda com matronas de lenço de seda, peito coberto de oiro e tamanquinha de Viseu no bico do pé. Para aguentar o passo, outras mulheres tinham tirado as chinelas e com elas na mão, a par do sombreiro, ou à cabeça sobre o xaile, desinhavam-se todas, tep, tep. E lá seguia tudo a catrapós, no frenesi de meter com sol à festa que o mês de Agosto c'os seus santos ao pescoço não tinha melhor que a Senhora da Lapa, a rica Senhora da Lapinha. "
Ler mais: http://visao.sapo.pt/aquilino-ribeiro--a-arvore-da-vida=f71
Foto google

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