quinta-feira, 29 de junho de 2017

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A Sentença de Galileu Galilei


Eduardo Oliveira Ferreira* (Imagem: Internet) - 19/09/2015





eduardoferreira55@gmail.com






Durante mais de dois mil anos a humanidade acreditou que o Sol e as estrelas giravam em torno da terra. O papa, os cardeais, os príncipes, os sábios, os comerciantes e as crianças de escola, todos achavam que estavam imóveis. Após as contribuições de Bruno, Brahe e Kepler à teoria copernicana, surge um titã da história da ciência: Galileu.


Galileu Galilei, considerado um dos fundadores da ciência moderna, apresentando diversas teorias dentre elas o Heliocentrismo, teoria que prega que o Sol é o centro do Universo e a sua volta giram todos os astros. Esse sábio foi condenado pela Inquisição da Igreja Católica , sendo considerado um dos grandes injustiçados por essa instituição.


O julgamento de Galileu demonstra que as noções superficiais da realidade, incutidas em mãos poderosas, podem afetar as mais elevadas mentes de uma determinada época. Esse julgamento não se difere a tantos outros feitos pela Santa Inquisição, porém, o que se deve observar é a descoberta de que Galileu estava certo e a consequente retratação da Igreja Católica. Demonstrando definitivamente que os interesses religiosos devem ficar desvinculados da Ciência e, além disso, a religião deve definitivamente se afastar do poder jurisdicional do Estado.






O nascimento de um Gênio






Galileu Galilei, filho de Vicento Galilei, nasceu em Pisa-Itália em 15 de fevereiro de 1564. O jovem Galileu, aos 17 anos, foi encaminhado por seu pai para o estudo de Medicina, por ser uma profissão lucrativa.Contudo, descobriu o gosto pela matemática e pelo estudo dos astros.


Tornou-se professor em diversas universidades italianas como Pisa e Pádua e trabalhou em Veneza e Florença. Em Pisa, na torre inclinada, teria feito experiências para a verificação da velocidade de queda dos corpos, refutando a teoria aristotélica a respeito das diferentes velocidades dos corpos ditos grávidos e leves.


Galileu escreveu várias obras, entre as quais merecem destaque: O mensageiro das estrelas(1610), O ensaiador (1623), Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo (1632) e Discurso sobre as duas novas ciências (1638).






Algumas descobertas de Galileu






Dentre as diversas descobertas de Galileu destacamos que percebeu que a superfície da Lua é rugosa e irregular e não lisa e perfeitamente esférica como se acreditava. Percebeu também que há manchas no Sol. Tais ideias foram consideradas pela Igreja da época uma heresia, já que atentaria contra a perfeição da criação divina e uma negação dos textos bíblicos.


Galileu descobriu a existência de quatro satélites girando ao redor de Júpiter, contrariando a ideia aristotélica de que todos os astros deviam girar em torno da Terra. Além disso, verificou que o planeta Vênus apresentava fases (como as da Lua) e esta observação levou-o a concluir que Vênus gira em torno do Sol, como afirmava o astrônomo Copérnico em sua teoria heliocêntrica.


Em 1611 foi convocado a Roma onde apresentou as suas descobertas ao Colégio Romano dos Jesuítas, onde se encontrava o futuro Papa Urbano VIII, de quem ficou amigo, e o cardeal Roberto Bellarmino, que reconheceu suas descobertas.






A Inquisição






O Papa Paulo III, pelo Concilio de Trento, em 1545, reinstituiu a Inquisição, instituição criada na Idade Média e também chamada de Tribunal do Santo Oficio. Em nome de Cristo e sob o pretexto de combater os hereges, a Inquisição condenou à tortura milhares de pessoas. Nessa mesma época foi criado o Índex librorum prohibitorum (Índice dos livros proibidos),uma lista de livros considerados heréticos pela Igreja.


Em 1616 Galileu foi acusado pela Inquisição de postular o sistema heliocêntrico proposto na Antigüidade pelos pitagóricos e na época moderna por Copérnico: afirmava que a Terra não está parada no centro do universo, como geralmente se acreditava, mas que gira sobre si mesma e ao redor do Sol, da mesma forma que os outros planetas do Sistema Solar.


Isto parecia ir contra textos da Bíblia onde se diz que a Terra está parada e o Sol se move. A Tradição da Igreja assim havia interpretado a Bíblia durante séculos, e o Concílio de Trento havia insistido em que os católicos não deveriam admitir interpretações da Bíblia que se afastassem das interpretações unânimes dos Santos Padres.


Os inquisidores usaram a fundamentação bíblica para refutar as idéias de Galileu. Tinham como base as passagens como “Fundaste a terra em bases sólidas, que são eternamente inabaláveis”(Salmo 103,5); e “Uma geração passa, outra vem; mas a Terra sempre subsiste. O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a voltar ao seu lugar”(Eclesiastes 1, 4-5).


Contra suas ideias, e em defesa do sistema aristotélico-ptolomaico, a passagem de Josué, na Bíblia, foi com freqüência levantada. A esse respeito, Galileu afirmava: “Não é concebível que Deus parasse a esfera do Sol deixando em movimento todas as outras esferas, porque, assim fazendo, teria perturbado, sem nenhuma necessidade, toda a ordem da natureza. Menos concebível ainda é que Ele parasse todo o sistema das esferas”.


O livro de Galileu foi incluído no Index e foi aconselhado que não se manifestasse defendendo essa ideias contrarias as Escrituras.


Em 1623, ao ver eleito o papa Urbino VII, matemático e seu amigo pessoal, Galileu acredita ter-se aberto uma era de maior tolerância e liberdade. Publica O Ensaiador, obra polemica em que, ao criticar as concepções de um jesuíta a respeito dos cometas, também ridiculariza as teorias de Aristóteles.


É neste contexto que Galileu escreve Dialogo di Galileo Galilei sopra i due Massimi Sistemi del Mondo Tolemaico e Copernicano, por vezes abreviado para Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo (Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo) completado em 1630 e publicado em 1632, onde voltou a defender o sistema heliocêntrico e a utilizar como prova a sua teoria incorreta das marés. Novamente Galileu foi acusado de Heresia pela Inquisição e fora levado a julgamento.






Condenação e Prisão






Galileu chegou a Roma no domingo dia 13 de fevereiro de 1633, em um liteira facilitada pelo Grande Duque, depois de esperar na fronteira dos Estados Pontifícios por causa da peste que seguia em Florença.


Após diversos interrogatórios e torturas (dizem alguns), Galileu acabou por renegar as sua próprias ideias. Em 22 de junho de 1633, Galileu foi sentenciado. A sentença da Inquisição começa com os nomes dos 10 cardeais da Inquisição, e acaba com as assinaturas de 7 deles. O Papa, junto com a Congregação, decidiu que Galileu fosse condenado e que abjurasse de sua opinião.


Na abjuração Galileu leu: “...Eu desejo remover da mente de Vossas Eminências e da de cada cristão católico esta suspeita corretamente concebida contra mim; portanto, com sinceridade de coração e verdadeira fé, abjuro, maldigo e detesto os ditos erros e heresias, e em geral todos os outros erros e seitas contrários à dita Santa Igreja; e eu juro que nunca mais no futuro direi, ou afirmarei nada, verbalmente ou por escrito, que possa levantar semelhante suspeita contra mim...”


A abjuração foi uma maneira que Galileu encontrou para manter-se vivo e não sofrer as duras penas de suplícios impostas pela Santa Inquisição.


Em 1638 quando já estava completamente cego publicou Discorsi e Dimostrazioni Matematiche Intorno a Due Nuove Scienze em Leiden, na Holanda, a sua obra mais importante, descumprindo com a abjuração e demonstrando que ainda mantinha as ideias heliocêntricas.


Galileu Galilei faleceu em Florença em 8 de janeiro de 1642. No final do mesmo ano nascia um dos maiores Gênios da ciência Sir Isac Newton. Ao cabo de poucas décadas, Newton levou a física moderna até seu nascimento definitivo, e o trabalho de Galileu ficou bem assentado.






A revisão da Igreja Católica






Em 1846, todas as obras de Galileu, que apóiam o sistema heliocêntrico, são removidas do Index. A ciência passa a entender as teorias de Galileu e a reconhecer que ele estava com a razão sobre o sistema de movimentação da terra e do Sol.


Em um discurso à pontifícia Academia das Ciências por ocasião do primeiro centenário do nascimento de Albert Einstein em 10 de Novembro de 1979, o papa João Paulo II afirmou que “A grandeza de Galileu é a todos conhecida, como a de Einstein; mas diferentemente deste; que nós honramos hoje diante do Colégio Cardinalício no palácio apostólico, o primeiro muito teve que sofrer — não poderíamos escondê-lo — da parte de homens e organismos da Igreja.”O Papa João Paulo II passava a reconhecer o erro no julgamento de Galileu, embora admitisse que fora cometido por algumas pessoas da época e não da própria Igreja Católica.


Em 31 de outubro de 1992, a Igreja Católica, em pronunciamento do Papa João Paulo II, aparentemente ‘reabilitou’ Galileu depois de 359 anos da condenação: “O erro dos teólogos da época, quando eles mantiveram a centralidade da Terra, foi pensar que nossa compreensão da estrutura física do mundo era, de certa forma, imposta pelo sentido literal da Sagrada Escritura.(Papa João Paulo II, L'Osservatore Romano N. 44 (1264) – publicado em 4 de Novembro, 1992).


No ano 2000, o Papa João Paulo II professou desculpas por todos os erros da Igreja cometidos nos últimos dois mil anos, incluindo o julgamento de Galileu, além de outros.


Em março de 2008 o Vaticano faz uma exposição da vida de Galileu e apresenta uma estátua em sua Homenagem. No mesmo ano, em 21 de Dezembro, o Papa Bento XVI celebra uma missa em tributo à Galileu Galilei.






A Sentença do Santo Oficio






É interessante analisar o documento que condenou Galileu Galilei. Nele está o fundamento que deu base à decisão e elementos interessantes para se observar. Segue material inédito, a sentença que condenou Galileu Galilei em 22 de junho de 1633, do Arquivo Secreto do Vaticano, traduzido do Latim para o Castelhano e deste para o Português:






Nós, Gaspano, da Igreja de Santa Croce in Gerusalemme Dorgia,


Frei Felice Centino de Santa Anstasia d´Ascoli; Guido de Santa Maria del Populo Bentivoglio; Frei Desiderio Seaglia de Sancarlo de Cremona; Frei Antonio Barberino de San Onofrio; Laudivio Zacchia de San Pietro In vincolo, S.Sisto; Berlingero de San Agostino Gesso; Padres Fabricio de San Lorenzo in Pane e Perna Veraspio; Francesco de San Lorenzo in Damaso Borberina e Marsio de Santa Maria Nova Ginetti, diáconos; pela misericórdia de Deus, da Santa Igreja Romana, em toda a República Cristã contra a herética maldade, Inquisidores gerais da S.Sede Apostólica especialmente deputados.


E tu, Galileu, filho de Vincenzo Galilei, Florentino, de 70 anos de idade, Foste denunciado em 1615 neste Santo Oficio, por manter como verdade a falsa doutrina, ensinada por alguns, de que o Sol é o centro do mundo e imóvel, e que a terra se move também em seu movimento diurno; que tinhas discípulos, aos quais ensinavas a mesma doutrina; que tinhas correspondência com alguns matemáticos da Alemanha, e que tu havias publicado algumas cartas intituladas Delle Macchie Solari, nas quais explicavas a mesma doutrina como verdadeira; que às objeções que te eram feitas, às vezes, tiradas da Sagrada Escritura, respondias conforme o teu senso; e sucessivamente foi apresentada uma cópia de uns escritos, sob forma de carta, que se diziam ter sido redigidas por ti a um tal discípulo, segundo a posição de Copérnico, contendo várias proposições contra o verdadeiro sentido e autoridade da Sagrada Escritura.


Desejando pois este Sagrado Tribunal da censura aquilo que andava crescendo contra a Santa Fé, pela ordem de N.Srs. e dos Eminentíssimo e Reverendíssimos Cardeais desta Suprema e Universal Inquisição, foram pelos teólogos eminentes qualificados as tuas proposições sobre a estabilidade do Sol e do movimento da terra, isto é: que o Sol seja o centro do mundo e imóvel de movimento local, é proposição absurda e falsa em filosofia, e formalmente Herética, por ser expressamente contrária à Sagrada Escritura. Que a terra não seja o centro do mundo nem imóvel, mas que possua movimento diurno, é igualmente proposição absurda e falsa na Filosofia, e considerada errônea em Fé.


Mas desejando então proceder com benevolência, foi decretada na Sagrada Congregação realizada diante de N.S. no dia 25 de fevereiro de 1616, que o Eminentíssimo Cardeal Bellarmino ordenasse que tu deverias deixar a dita falsa opinião e, se recusasses a proceder assim, que o Comissário do Santo Oficio te prescreveria deixares a dita doutrina, e que não poderias ensiná-la, nem defendê-la, nem citá-la, e, se não atendesses [a essas exigências] deverias ser encarcerado; e na execução do mesmo decreto, no dia seguinte, no palácio e na presença do Eminentíssimo Sr. Cardeal Bellarmino, depois de ele próprio ter te benevolamente te repreendido e aconselhado, foste, naquele tempo, advertido pelo P.comissário do Santo Oficio, na presença do Escrivão e de testemunhas, de que deverias abandonar a dita falsa opinião e que, no futuro, não poderias defendê-la nem ensiná-la de qualquer maneira, nem oralmente nem por escrito: e tendo tu prometido obedecer, foste liberado. E para que se talhasse tal perniciosa doutrina, e que não fosse além, incorrendo em grave prejuízo da verdade católica, saiu o decreto da Santa Congregação do Índice, com o qual foram proibido os livros que tratam de tal doutrina, e essa foi declarada falsa e totalmente contrária à Sagrada e divina Escritura.


E aparecendo ultimamente aqui um livro publicado em Florença no ano passado, cuja inscrição mostrava que tu eras o seu autor, cujo título era Dialogo di Galileo Galilei dello due Massimi Sitemi del Mondo, Tolemaico e Copernicano; e informado junto À Sagrada Congregação que com a publicação de tal livro se disseminava a cada dia a falsa opinião do movimento da terra e da estabilidade do Sol; o dito livro foi diligentemente analisado, e foi encontrada expressamente a transgressão do preceito anterior em que tu já havias incorrido, defendendo no mesmo livro a dita opinião já danada e apresentando na capa sua autoria declarada, de que tu no dito livro, com vários estudos buscas persuadir que deixas a [opinião] como indecisa e expressamente provável, mas que se provável uma opinião declarada e definitivo como contraria à escritura divina.


Que, por essa razão, tu foste por nós chamado neste Santo Oficio no qual, com teu juramento, foi reconhecido como sendo um teu livro escrito e editado confessaste que, cerca de dez ou doze anos atrás, depois de teres sido advertido, começaste a escrever o dito livro; que tinha pedido a licença para publicá-lo, sem porém significar que devesses defender e ensinar de qualquer maneira a tal doutrina.


Confessaste igualmente que a extensão dos escritos de teu livro vão muito além, podendo o leitor formar conceito de que os argumentos levantados pela parte falsa fossem de tal modo pronunciados que até os mais cultos poderiam cair neles; desculpando-te de ter incorrido em erro tão grave, como disseste, por tua intenção, por teres escrito na forma de diálogo, e pela natural complacência com cada uma das sutilezas e de mostrar-te o mais arguto ao mais comum dos homens, [usando] também proposições falsas, engenhosas e aparentes discursos de probabilidade.


E, garantindo convenientemente a tua defesa, produziste um escrito de fé elaborado pelo Excelentíssimo Cardeal Bellarmino, que produziste, como disseste, para defender-te das calúnias de teus inimigos, os quais queriam que tu abjurasses e fosses penitenciado pelo Santo Oficio, em cuja Fé se diz que tu não tinhas abjurado nem penitenciado, mas que tinha sido somente denunciado a declaração feita pelo N.S e publicada pela Sagrada Congregação no Índice, na qual está contida que a doutrina do movimento da terra e da estabilidade do Sol pe contrária às Sagradas Escrituras, o que não pode ser nem mantida nem defendida; e que, uma vez que não foi feita menção na dita Fé dos particulares acima, isto é, Docere et quovis modo, deve-se acreditar que no curso de 14 ou 16 anos perdeu-se toda a memória, e que por essa mesma razão tiveste silenciado sobre as censuras quando pediste a licença para pode publicar teu livro, e que tudo isso tiveste dito não para te descukpar do erro nem por maldade, mas por pura ambição. Mas a dita Fé, produzida por ti em tua defesa, agravou-se ainda mais, porque, afirmando que essa opinião é contrária à Sagrada Escritura, [ revela-se] que tu a defendeste e acreditaste nela como provável; e isso rompe a licença artificiosamente obtida por ti e astutamente deformada...


E parecendo a nós que tu não tinhas dito inteiramente a verdade acerca de tuas intenções, julgamos que seja necessário um rigoroso exame contra ti; no qual, sem nenhum prejuízo a tua pessoa e das coisas que confessaste e contra ti deduzidos, respondeste catolicamente.


Portanto, vistos, amadurecido e considerados os méritos desta sua causa, com a tua dita confissão e tuas desculpas, vimos abaixo infringir contra ti uma sentença definitiva. Invocado assim o Santíssimo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua gloriosissima Mãe sempre Virgem Maria; por esta nesta sentença definitiva, dos tribunais, do Conselho e dos pareceres dos Reverendíssimos Mestres em Teologia e Doutores de uma e de outra Lei, nossos consultores, proferimos nestes escritos na causa e causas pendentes antes de nós, entre o M.co Carlo Sinceri, de uma e de outra Lei Doutor, Procurador Fiscal deste Santo Oficio, por uma parte, a ti Galileu Galilei, Réu aqui presente, inquirido, Processado e confesso, de outra parte.


Dizemos, Pronunciamos, Sentenciamos e declaramos que tu, Galileu acima mencionado, pelas coisas deduzidas no processo e por ti confessadas como acima, chegaste a este Santo Oficio, veementemente suspeito de Heresia, isto é, de ter mantido e acreditado na doutrina falsa e contrária às Sagradas e Divinas Escrituras, de que o Sol seja o centro da Terra [sic] que não se mova de oriente para ocidente, e que a terra se mova e não seja o centro do mundo, e de que se possa manter e defender como provável uma opinião depois de ter ela sido declara e definida como contrária à Sagrada Escritura; e, conseqüentemente, incorreste em todas as censuras e penas dos Sacros Cânones e de outras constituições gerais e particulares contra símiles delinqüentes impostas e promulgadas. Das quais somo contentes (...)[pois] com o coração sincero e Fé não fingiria, abjuras diante de nós, maldizes e detestas os erros e heresias acima mencionados e qualquer outro erro e heresia contrária À Católica e Apostólica Igreja, no modo e forma que te será dada por nós.


E para que este teu grave e pernicioso erro e transgressão não permaneça impune, e que sirva de exemplo para que no futuro outros se abstenham de incorrer em delitos similares, ordenamos em edito publico que seja proibido o livro Dialoghi, de Galileo Galilei.


Condenamos-te ao cárcere formal neste Santo Oficio por nosso arbítrio, e por penitência Salutar te impomos que durante três anos recites uma vez por semana os sete salmos penitenciais: Reservando-nos a faculdade de moderar, modificar, ou retirar total ou parcialmente as penas acima mencionadas e as penitencias. E, assim, dizemos, pronunciamos, sentenciamos, declaramos, ordenamos, e reservamos neste e em outro meio melhor e na forma que podemos e devemos.


Pronunciam os cardeais abaixo assinados: F.Cardeal de Asculo. G Cardeal Bentivollus Fr. D. Cardeal de Cremona Fr. Art.s. Cardeal de S. Honuphrii. B. Cardeal Gipsus F. Cardeal Verospius. M. Cardeal Ginettus.


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