"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Poema meu (OBRA REGª)
Poema:
OS ACASOS DO FOGO
Queimo-me na boca de fogo dos olhos,
de onde me não é permitido ver os paraísos míopes
dos mundos atapetados de escolhos.
Mas não os quero ver…
Quero fugir das cinzas dos olhares mortos, sem vida,
a cheirar a armas de matar-ao-arder.
Só quero admirar-de-morrer,
o Verão pintado no sorriso que se abre em teu rosto
Uma nostalgia arde nas sílabas das minhas lamentações,
cujas raízes provém de tremendas interrogações…
É Fogo! É Vida! É Ser-e-não-Ser.
Circula-me , nas veias, a noite da desordem das ideias,
e mergulho os dedos no pensamento do vento
que sussurra lucubrações, da ordem do tormento lento
das brisas a queimar o olhar.
Quero queimar-me na boca dos teus olhos
onde os mundos míopes não podem entrar,
pois desconhecem os aromas da gramática
do verbo AMAR…
Minha Linguagem respira na distância que vai
do fôlego à sílaba,
da sílaba à palavra alquímica,
da palavra ao verso onde os verbos se apaixonam
pelo fogo da noite, e se conjugam a abrir-me os olhos
para a beleza das tuas galáxias indefinidas…
Maria Elisa Ribeiro
JAN/017
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