domingo, 17 de novembro de 2024

Poema





 O TECTO DO MUNDO

*Tudo se altera neste caminho sem rumo
Que é o nosso deambular pelos fumos da estrada da memória.
Casas ambulantes, mudamos de lugar enquanto sob os nossos pés,
Tal como na ponta das mãos, se movem mundos inesperados
Tanto de Antes como do Presente momento.
Somos, por conseguinte, polivalentes e flexíveis.
Respondemos e adaptamo-nos a todos os nossos pensamentos.
*Um silêncio especial voa na música da linguagem
Que a montanha discute com o mar,
em tons de espuma
Verde-cinzento-azulado, que se instalou sob a caruma a envelhecer.
Tudo submerge na noite sob os nossos olhos,
para depois aparecer radiante
na ponta dos dedos,
que anseiam por escrever.
Escrever é VIVER!
Acontece ,por vezes, a sombra de um poema querer passear altiva
pelo labirinto público das Ideias
até aparecer ,madura, no emaranhado das teias.
Olho o tecto do mundo e leio em voz alta-comigo:
*Tu nada podias ouvir pois não encontraste uma lua para me dar
enquanto dormias no tecto do mundo que, afinal, nem sequer é um céu.
*E assim é-me dado ver que a alma é uma pintura cubista, rica em ásperas
e oblíquas arestas, feridas pelas intersecções das realidades- irreais de sons
de revolta,
cujos traços se projectam a existir nos montes de palavras-verdade
que escondo dentro de mim.
*Minha alma passeia-se pelas encruzilhadas de mim.
Diz-me a Poesia, que sempre será assim. Pede-me a Alma que sorria, pois que
o sorriso é muito mais que uma sintonia
entre os perfeitos músculos da face.
É música que não se ouve e ecoa em pura alegria.
©Maria Elisa Ribeiro
AGOST/2022

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