quarta-feira, 30 de agosto de 2017

TEXTO



"O primeiro amor pode durar até uma vida porque teremos sempre Paris

O nosso primeiro amor é vivido em idades muito jovens, na adolescência, e raramente, como o nosso, é aquele que vai durar até ao final da vida ou formar família.

Mas de alguma forma é aquele que marca, aquele que fica até ao fim, sem nunca esquecermos sequer um minuto das suas memórias.


E deve ser por isso que ele nunca é esquecido.

Porque é o primeiro.

Porque é quando abrimos as portas a um mundo novo em que mexemos com as pessoas de uma forma como nunca tínhamos mexido antes.

Em que experimentamos.

Em que sabemos que de alguma forma a nossa vida nunca vai ser a mesma, abrimos a caixa de pandora.

Depois de experimentarmos o primeiro amor parece que existe uma espécie de inocência perdida, uma inocência que é reservada apenas ao primeiro.

É aquele em que descobrimos a facilidade com que podemos magoar e ser magoados.

Como podemos ser absurdamente felizes ou desesperadamente tristes numa questão de minutos.

Em que nos entregamos sem qualquer restrição, sem qualquer medo, porque ainda não temos traumas passados.

É aquele em que dizemos que é para sempre, não porque fique bem dizer isso, mas porque para nós é mesmo para sempre, não imaginamos como possa não o ser, como possa haver uma realidade em que ele não exista.

Porque é aquele que quando acaba sofremos como nunca.

É aquele em que sabemos que por mais amores que venham a seguir, nunca haverá outro em que soframos da mesma forma que o primeiro, porque foi nesse que aprendemos o significado preto dessa palavra.

É aquele que por mais anos que passem, por mais que a vida ande, nunca vai haver uma total indiferença.

Porque foi aquele que nos abriu a porta para todos os outros amores da nossa vida.

Por isso sim, é verdade quando dizem que não há amor como o primeiro.

Para o bem e para o mal.

Por isso é que é aquele em que se escrevem livros, fazem-se filmes, músicas, obras de artes sobre ele.

E sinceramente, ainda bem que é assim.

Ninguém pode dizer que viveu realmente, enquanto não tiver tido um primeiro amor na vida."

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