quinta-feira, 2 de março de 2017

POEMA MEU (OBRA REGª)













Poema:

“SÔBOLOS RIOS QUE VÃO”-
(título de uma cantiga de Camões))

-------------------------------------------------------------------------------

Sôbolos rios que vão,
partiu Portugal, ora em dias claros,
ora no meio de terríveis brumas,
à procura de intensos matagais,
onde se ouviria outra voz do mundo
no meio de qualquer desconhecida ilha tropical.

…não fosse a fonte que ri e chora no cantinho do quintal…
…não fosse o rio que corre lesto por entre o farto canavial,
estaria adormecida longe dessa nova e preciosa aura universal.

Sôbolos rios que vão saindo de Portugal,
a luz continua a brilhar…
…os astros resplandecem a mostrar as rotas desconhecidas,
as árvores e as fontes vivem e tornam-se palavras-a-perfumar
a poesia,
que nasce de todos os olhares de tristeza e de alegria com que se
enfrentou a dureza da corrida , nas ondas de maresia…

E sôbolos rios que vão, vai tudo o que é voz, tudo o que é fala,
tudo o que rescende a canela e outras famosas especiarias.

-----------------------------------------------------------------------------------
As tardes lívidas acabavam nas noites que, sombrias, iam chegando
lá para a banda das terras onde as pedras das montanhas contavam
histórias de medos e saudades ancestrais, enquanto os pássaros voavam
por sobre as velas das memórias
e o mundo palpitava de histórias.
O mar regurgitava ondas de espuma, que as gaivotas
atiravam para as negras névoas das tempestades…feias brumas.

Atrás de qualquer velha janela da história
sobre a qual me debruço,
estará sempre aquele mar que espreita
com nervos de ânsia, a tentar abrir novas portas
nas longas distâncias,
que eu percorri desde a INFÂNCIA.

Maria Elisa Ribeiro
FEV/017

Sem comentários:

Enviar um comentário